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Embora não haja evidência de aumento da gravidade dos casos, a SEMES solicita planos de contingência para evitar a superlotação.
MADRID, 5 dez. (EUROPA PRESS) -
O vice-presidente da Sociedade Espanhola de Medicina de Emergência (SEMES), Javier Millán, explicou que o avanço da epidemia de gripe no país tem a ver com a variante K da gripe A, que acelera a velocidade de transmissão e aumenta a pressão do atendimento, mas não necessariamente gera casos mais graves.
A SEMES detalhou que as infecções respiratórias agudas (IRAs) aumentaram em 30% nos últimos dias, embora ainda não tenham atingido seu pico. A taxa média de incidência é de mais de 600 casos por 100.000 habitantes, embora em certos departamentos e áreas de saúde haja números que ultrapassam 1.600 casos por 100.000 habitantes.
Os médicos de emergência alertaram que esse aumento notável na circulação de vírus respiratórios está levando a um aumento da descompensação em pacientes com patologias crônicas, especialmente aqueles com doenças cardíacas e pessoas com distúrbios respiratórios. Os grupos mais vulneráveis, os idosos, os imunocomprometidos e aqueles com doenças onco-hematológicas, são os mais afetados por essas complicações.
Os hospitais também estão sofrendo as consequências dos vírus respiratórios, com um aumento nas taxas de admissão e hospitalização devido à descompensação. Em particular, a taxa de hospitalização por doenças respiratórias agora é de 15 casos por 100.000 habitantes. Vinte e seis por cento dos casos são causados pela influenza A, dois por cento por doenças relacionadas à Covid e quatro por cento pelo vírus sincicial respiratório (RSV).
De acordo com dados da Sociedade Espanhola de Medicina de Emergência, em alguns centros o número de casos pode ser de 15% a 20% maior do que o normal.
Por regiões, a SEMES destacou a situação na Catalunha, onde a gripe vem aumentando há cinco semanas, com uma incidência de 164 (124-203) casos por 100.000 habitantes; predominantemente do subtipo AH3N2, com a variante K em 58,3%. Enquanto isso, em Múrcia, a incidência de gripe aumentou em 110% na semana passada.
Em comunidades como Navarra, os níveis epidêmicos de influenza, especialmente o vírus H3N2 (variante K), estão em 116 casos por 100.000 habitantes, com maior incidência em crianças e adolescentes. O mesmo está acontecendo em Cantabria, com um claro aumento da gripe A e H3N2, ou em Valência, com um aumento de 10%.
Em vista dessa situação, o Dr. Millán pediu que fossem implementados planos de contingência para reforçar a equipe de emergência a fim de evitar a supersaturação dos serviços e garantir sua capacidade de resposta. "Na realidade, estamos falando da capacidade de resposta de todo o sistema de saúde", enfatizou.
Nesse sentido, ele enfatizou a importância de estabelecer um monitoramento contínuo da ocupação dos hospitais para garantir a disponibilidade de leitos para internações de emergência. Segundo ele, isso permitiria acelerar a drenagem de pacientes de emergências e evitar as longas esperas que às vezes ocorrem quando se trata de acessar um leito hospitalar.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Os médicos da emergência lembraram que o vírus da gripe é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente pelo ar, por meio de gotículas de saliva e secreções nasais expelidas ao tossir, falar ou espirrar. Essas gotículas podem ser deixadas nas mãos, superfícies ou dispersas no ar, de modo que a transmissão pode ocorrer ao tocar os olhos, o nariz ou a boca após o contato com gotículas de uma pessoa com gripe.
Por esse motivo, eles enfatizaram a importância das medidas preventivas para evitar o contágio. Lavar as mãos com frequência; cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir; usar lenços descartáveis; evitar beijos e contato muito próximo, bem como compartilhar copos, talheres, toalhas e outros objetos que possam ter entrado em contato com saliva ou secreções; limpar superfícies comuns com mais frequência se houver alguém com gripe em casa; e levar um estilo de vida saudável são alguns dos conselhos dados pelos especialistas.
Além disso, eles destacaram que o uso de máscaras é recomendado para pessoas doentes ou que tenham começado a apresentar sintomas compatíveis com a gripe quando estiverem na presença de outras pessoas, especialmente em áreas pouco ventiladas; em centros de saúde, como postos de saúde e hospitais; em cuidadores saudáveis de uma pessoa com gripe ou com sintomas compatíveis com ela quando estiverem na presença do paciente; e em locais fechados e lotados, onde se deve tentar ter o máximo de ventilação possível.
Além disso, a vacina contra a gripe é indicada para adultos com 60 anos ou mais; crianças com menos de 60 anos com condições de risco; gestantes; funcionários de centros de saúde; trabalhadores de serviços públicos essenciais, como as Forças de Segurança do Estado e o Corpo de Bombeiros; fumantes; pessoas com exposição ocupacional direta a animais; e crianças com idade entre 6 e 59 meses.
Em caso de sintomas de gripe, que podem incluir dores musculares, calafrios, tosse seca sem expectoração, febre, dor de cabeça, dor de garganta e, em alguns casos, vômitos e diarreia, eles pediram para ficar em casa para evitar infectar outras pessoas, levando em conta que o vírus pode ser transmitido de um dia antes do início dos sintomas até sete dias depois, com uma capacidade máxima de contágio durante os primeiros três dias.
O tratamento deve se concentrar em manter um repouso relativo, beber bastante líquido, evitar álcool e tabaco e tomar medicamentos para melhorar os sintomas, como febre ou dor de cabeça. Sobre esse ponto, os especialistas enfatizaram que a gripe é causada por um vírus, portanto, os antibióticos não melhoram os sintomas nem aceleram a cura. Eles também ressaltaram que a aspirina não deve ser administrada a crianças e adolescentes.
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