MADRID 1 ago. (EUROPA PRESS) -
A ginecologista e diretora médica do IVI Mallorca, Clara Colomé, destacou que o vaginismo complica a fecundação natural ao impedir as relações sexuais com penetração total e requer um tratamento integral e multidisciplinar que leve em conta as causas físicas e psicológicas, que são as mais frequentes.
O vaginismo é uma disfunção sexual que afeta 12% das mulheres na Espanha, de acordo com a Sociedade Espanhola de Medicina Geral (SEMG). Caracteriza-se por uma contração involuntária total ou parcial dos músculos do assoalho pélvico ao redor da vagina, o que causa dor durante a relação sexual, desconforto persistente ou impossibilidade de penetração, bem como desconforto intenso durante exames ginecológicos de rotina, ao usar tampões ou ao aplicar tratamentos prescritos por via vaginal.
"No entanto, ter vaginismo não significa que a mulher não possa se excitar ou sentir prazer; ao contrário, limita a prática de relações sexuais com penetração. E, portanto, a fertilização por meios naturais se torna mais complicada", disse o Dr. Colomé. Mesmo assim, é importante enfatizar que o vaginismo não tem influência direta sobre a fertilidade, não interfere no funcionamento do sistema reprodutivo e não aumenta o risco de aborto espontâneo.
Quanto às causas, as mais comuns estão relacionadas a aspectos psicológicos, como tabus ou preconceitos em torno da sexualidade, desconhecimento da anatomia feminina, baixa autoestima, experiências sexuais negativas, traumas anteriores, como abuso ou agressão sexual, ou ansiedade.
Embora não sejam tão frequentes, causas físicas como hímen rígido, infecções ou úlceras vaginais, inflamação das glândulas de Bartholin, trauma associado ao parto ou aborto, diminuição do estrogênio no sangue, especialmente durante a menopausa, ou tumores na área pélvica também são relevantes.
Colomé destacou que há dois tipos de vaginismo: o vaginismo primário, que ocorre em mulheres que nunca tiveram relações sexuais com penetração e geralmente é diagnosticado em adolescentes ou mulheres jovens; e o vaginismo secundário, que se desenvolve em mulheres que já tiveram relações sexuais com penetração no passado.
Para seu tratamento, o especialista enfatizou que uma abordagem abrangente e multidisciplinar deve ser aplicada, abordando tanto os aspectos psicológicos quanto os ginecológicos. Ferramentas como a fisioterapia do assoalho pélvico, a terapia cognitivo-comportamental, o uso progressivo de dilatadores vaginais e, em casos específicos, outras intervenções psicológicas adaptadas às necessidades de cada paciente podem ser úteis.
"De qualquer forma, uma abordagem holística é fundamental para o tratamento. E a comunicação, se houver um parceiro na equação, é essencial", enfatizou ela.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: UMA FORMA ALTERNATIVA DE SE TORNAR MÃE
O diretor médico do IVI Mallorca garantiu que muitas mulheres podem retomar sua vida sexual normalmente após o tratamento. Quando isso não é possível e há o desejo de se tornar mãe, Colomé explicou que as técnicas de reprodução assistida podem se tornar uma alternativa recomendada.
"Embora o vaginismo possa ser um obstáculo para algumas mulheres em idade fértil, ele não é uma barreira intransponível, devido aos vários métodos de reprodução assistida que existem atualmente e a uma abordagem muito personalizada", enfatizou.
A médica ressaltou que, nesses casos, geralmente é usada a inseminação artificial, que consiste na introdução de espermatozóides previamente selecionados no útero da mulher, ou a fertilização in vitro, para a qual os óvulos da mulher são extraídos e depois colocados em um prato de cultura para serem fertilizados com o esperma do homem.
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