Publicado 17/11/2025 09:17

O uso de antibióticos sem prescrição médica é perigoso e aumenta o risco de disseminação de bactérias resistentes, dizem os especial

ECODES lança um decálogo para fortalecer a luta contra a resistência antimicrobiana (AMR) a partir de uma abordagem "Uma Saúde

ÛEstoque' de antibióticos em uma farmácia
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MADRID, 17 (EUROPA PRESS)

A Fundação Ecologia e Desenvolvimento (ECODES) publicou um decálogo dirigido aos cidadãos para fortalecer a luta contra a resistência antimicrobiana (RAM) a partir de um enfoque de "Uma Saúde", no qual lembra que o uso de antibióticos deve ser feito sempre com a prescrição de um médico ou veterinário, já que usá-los sem prescrição é perigoso, pois pode ser ineficaz, causar efeitos adversos e aumentar o risco de propagação de bactérias resistentes.

A ECODES enfatiza que a supervisão médica e veterinária é fundamental para garantir o tratamento seguro e eficaz com antibióticos. Ela também alerta que, se tomados sem necessidade, eles podem causar alteração da microbiota e efeitos colaterais no corpo - ou no corpo do animal de estimação, conforme o caso -, além de afetar o meio ambiente, onde acabarão como resíduos.

"Em muitos casos, as pessoas acham que, com a prescrição de antibióticos, elas se recuperarão mais cedo, mas a realidade é que isso não acontece. As doenças semelhantes à gripe precisam de tempo, que será o mesmo, quer os antibióticos sejam tomados ou não. Os pacientes acham que se você não prescrever um antibiótico, você não os tratou adequadamente, mas nós, médicos, temos algum conhecimento e os pacientes não precisam nos dizer qual medicamento é o mais adequado", disse o Dr. Juan Saturno, da Sociedade Espanhola de Médicos Gerais e de Família (SEMG).

Sobre esse ponto, a ECODES enfatiza que a resistência antimicrobiana (RAM) é um dos "desafios mais importantes" para a saúde pública. "O uso excessivo e inadequado desses medicamentos, as deficiências na prevenção e no controle de infecções fazem com que os antibióticos percam sua eficácia", diz a Fundação, que aponta que, como resultado, estima-se que 4.000 pessoas morrem a cada ano na Espanha, 35.000 na Europa, deixando um custo adicional de saúde de cerca de 1,5 bilhão de euros.

Para enfrentar essa situação, a iniciativa "Prevenção e Saúde Global, pilares para um futuro sustentável", promovida pela ECODES e pela Pfizer, e da qual participa um grupo multidisciplinar de mais de vinte profissionais e organizações, apresentou dez propostas-chave dirigidas aos cidadãos e outras dirigidas às políticas públicas para enfrentar esse problema a partir de um enfoque "One Health". Essas propostas são de natureza complementar e foram concebidas para aprimorar e ampliar o escopo do trabalho já realizado por meio do Plano Nacional de Resistência a Antibióticos (PRAN) e de outras políticas públicas.

Entre as recomendações, eles aconselham seguir as orientações de vacinação, tanto para si quanto para seus animais de estimação. Também recomendam a lavagem frequente das mãos, principalmente se você convive com animais. "As bactérias dos donos de animais de estimação são mais semelhantes às bactérias dos animais de estimação do que as dos vizinhos. Bactérias hospitalares foram observadas em cães e bactérias de veterinários foram observadas em seus donos; há um fluxo bidirecional", explicou o professor Bruno González-Zorn, diretor da Unidade de Resistência a Antibióticos e consultor da OMS.

"Uma das estratégias globais mais importantes na luta contra a resistência antimicrobiana são as vacinas, que reduzem as doenças evitáveis e, portanto, o uso de antibióticos e a seleção de bactérias resistentes. Há um cronograma de vacinação para toda a vida, desde a gravidez, passando pela infância e adolescência até os idosos, sem esquecer a importância dos grupos de risco. A vacinação sazonal contra a gripe e a COVID é extremamente importante, assim como a recente administração de imunização contra bronquiolite em bebês com menos de 6 meses de idade", acrescentou a pediatra Marisa Navarro, da Associação Espanhola de Pediatria (AEP).

Além disso, o Decálogo defende o uso de meios de transporte não poluentes; o cuidado com a alimentação e a higiene doméstica; a prática de exercícios, o bom sono e a alimentação saudável; a não interrupção dos tratamentos com antibióticos; o descarte correto dos antibióticos nas farmácias (Ponto SIGRE) e a consulta constante a fontes confiáveis de informação.

González-Zorn destacou que um relatório da revista The Lancet estima que mais de 65% das mortes atribuíveis à AMR em 2050 ocorrerão em pessoas com mais de 70 anos de idade. Apesar disso, o professor está otimista com relação ao futuro: "Nunca se deu tanta atenção à AMR como agora. Nos últimos 20 anos, tudo mudou.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Além do decálogo voltado para o público em geral, outro foi elaborado com foco nas políticas públicas. Nele, os especialistas defendem a implementação e a consolidação da abordagem "One Health" nas políticas públicas, bem como o fortalecimento da vigilância ambiental da AMR, incluindo o meio ambiente como vetor de transmissão.

"Precisamos de medidas legislativas e políticas que promovam, de forma cada vez mais ambiciosa e transversal, todos os aspectos da luta contra a resistência antimicrobiana. Somente dessa forma poderemos desencadear um efeito multiplicador capaz de gerar impactos rápidos e sustentados na saúde humana, animal e ambiental. A resistência antimicrobiana não espera: nossas políticas também não podem esperar", disse Jeannette Bain, diretora adjunta de políticas públicas da ECODES.

O documento enfatiza a necessidade de reduzir a pegada ambiental do sistema de saúde, melhorar o treinamento dos profissionais de saúde em AMR, fortalecer a estratégia de segurança do paciente na prevenção de infecções e promover a vacinação como um pilar preventivo. Ele também prioriza a educação e a conscientização social, levando em consideração a sustentabilidade ambiental.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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