MADRID 28 nov. (EUROPA PRESS) -
O UNICEF alertou que crianças e adolescentes vivendo com HIV continuam a enfrentar barreiras significativas no acesso ao diagnóstico precoce, tratamento e cuidados adequados, enquanto o declínio do financiamento ameaça aumentar seus riscos e retroceder décadas de progresso.
Foi o que disse o UNICEF no Dia Mundial da AIDS, lembrando um modelo de projeção recente desenvolvido em conjunto com o UNAIDS. O documento mostra que, se a cobertura do programa for reduzida pela metade, mais 1,1 milhão de crianças poderão ser infectadas pelo HIV e mais 820 mil crianças poderão morrer de causas relacionadas à AIDS até 2040, elevando o total acumulado de crianças para três milhões de infecções e 1,8 milhão de mortes relacionadas à AIDS.
Mesmo nos níveis atuais de atendimento, o relatório adverte que o ritmo lento do progresso pode resultar em 1,9 milhão de novas infecções e 990.000 mortes relacionadas à AIDS entre crianças até 2040, de acordo com essa projeção.
"O mundo estava progredindo na resposta ao HIV, mas ainda havia lacunas significativas, mesmo antes de os cortes abruptos no financiamento global interromperem os serviços", disse Anurita Bains, Diretora Adjunta de HIV e AIDS do UNICEF.
"Embora os países tenham agido rapidamente para mitigar o impacto desses cortes, acabar com a AIDS em crianças está em risco sem uma ação direcionada. A escolha é clara: investir hoje ou correr o risco de reverter décadas de progresso e perder milhões de vidas jovens", acrescentou Bains.
Esses riscos projetados reforçam as conclusões dos dados globais mais recentes de 2024, coletados antes que os cortes de financiamento interrompessem muitos serviços em todo o mundo. Esses dados indicaram que 120.000 crianças de 0 a 14 anos contraíram o HIV e outras 75.000 morreram de causas relacionadas à AIDS, o que equivale a cerca de 200 mortes de crianças por dia.
Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, 150.000 contraíram o HIV, 66% dos quais eram meninas. Na África Subsaariana, 85% das novas infecções por HIV nessa faixa etária ocorrem entre meninas.
Além disso, apenas 55% das crianças vivendo com HIV recebem tratamento antirretroviral, em comparação com 78% dos adultos, o que deixa cerca de 620.000 crianças sem tratamento.
O UNICEF, portanto, insta os governos e parceiros a protegerem e priorizarem os serviços de HIV para mães, crianças e adolescentes: ampliando a prevenção da transmissão vertical e o tratamento pediátrico; integrando os cuidados com o HIV aos sistemas de saúde como um todo; e garantindo um apoio maior e previsível dos doadores por meio de financiamento sustentável e inovador.
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