MADRID, 16 abr. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe internacional liderada pela Universidade de Genebra (UNIGE) descobriu a galáxia espiral candidata mais distante, semelhante à nossa Via Láctea, conhecida até hoje.
Esse sistema ultramassivo existiu apenas um bilhão de anos após o Big Bang e já apresenta uma estrutura notavelmente madura, com um bojo central antigo, um grande disco de formação de estrelas e braços espirais bem definidos. A descoberta foi feita com dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST) e oferece informações importantes sobre como as galáxias podem se formar e evoluir tão rapidamente no Universo primitivo. O estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
Espera-se que grandes galáxias espirais, como a Via Láctea, levem bilhões de anos para se formar. Durante o primeiro bilhão de anos da história cósmica, acreditava-se que as galáxias eram pequenas, caóticas e de formato irregular.
Entretanto, o JWST está começando a revelar um quadro muito diferente. Suas imagens em infravermelho profundo estão revelando galáxias surpreendentemente maciças e bem estruturadas em épocas muito anteriores ao esperado, levando os astrônomos a reavaliar como e quando as galáxias se formam no universo primitivo.
UMA GÊMEA DA VIA LÁCTEA NO INÍCIO DO UNIVERSO
Entre essas novas descobertas está a Zhúlóng, que significa "dragão da tocha" na mitologia, a galáxia espiral candidata mais distante identificada até hoje, observada em um redshift de 5,2, apenas um bilhão de anos após o Big Bang. Apesar dessa época inicial, a galáxia exibe uma estrutura surpreendentemente madura: um bojo central antigo, um grande disco de formação de estrelas e braços espirais, características típicas de galáxias próximas.
"O que distingue a Zhúlóng é sua grande semelhança com a Via Láctea em termos de forma, tamanho e massa estelar", disse o Dr. Mengyuan Xiao, pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Astronomia da Escola de Ciências da UNIGE e principal autor do estudo, em um comunicado.
Seu disco se estende por mais de 60.000 anos-luz, comparável à nossa galáxia, e contém estrelas com uma massa maior do que a do nosso próprio dia. Isso a torna um dos análogos mais convincentes da Via Láctea já encontrados em uma época tão precoce, levantando novas questões sobre como galáxias espirais maciças e bem ordenadas poderiam ter se formado tão logo após o Big Bang.
UMA DESCOBERTA POR ACASO
Zhúlóng foi descoberto por meio de imagens profundas da pesquisa PANORAMIC (GO-2514) do JWST, um programa extragaláctico de área ampla liderado por Christina Williams (NOIRLab) e Pascal Oesch (UNIGE). O PANORAMIC aproveita o modo "paralelo puro" exclusivo do JWST, uma estratégia eficiente para obter imagens de alta qualidade enquanto o instrumento principal do JWST coleta dados de outro alvo.
"Isso permite que o JWST mapeie grandes áreas do céu, o que é essencial para a descoberta de galáxias maciças, pois elas são incrivelmente raras", diz a Dra. Christina Williams, astrônoma associada do NOIRLab e pesquisadora principal do programa PANORAMIC. "Essa descoberta destaca o potencial de programas paralelos puros para descobrir objetos raros e distantes que testam modelos de formação de galáxias.
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