A descoberta, feita por pesquisadores espanhóis e publicada na revista Palaeoentomology, confirma a importância global do local.
SANTANDER, 2 dez. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe internacional de pesquisadores descreveu uma nova espécie de vespa fóssil do gênero Cretevania no depósito de âmbar de El Soplao, na Cantábria.
A descoberta, publicada na revista científica Palaeoentomology, fornece informações fundamentais sobre a diversidade de insetos durante o Cretáceo e reforça a importância do enclave cantábrico como referência mundial para o estudo do âmbar fóssil, informou o governo na terça-feira.
A nova espécie, chamada Cretevania orgonomecorum, vem de um fragmento de âmbar datado do Albiano Médio (cerca de 105 milhões de anos atrás) e se caracteriza por seu grande tamanho e características anatômicas únicas, como a estrutura das antenas e a venação das asas.
De acordo com os autores, trata-se de um dos maiores espécimes conhecidos desse gênero, comparável às espécies encontradas em Mianmar e na China.
O estudo também revisa a classificação do gênero Cretevania e fornece novos caracteres diagnósticos que ajudarão a delimitar as espécies em pesquisas futuras.
"Esse grupo poderia atuar como um 'fóssil guia' para datar depósitos do Cretáceo, dada sua ampla distribuição e diversidade", explicaram os cientistas.
O Ministro da Cultura, Turismo e Esporte, Luis Martínez Abad, valorizou o âmbar de El Soplao como "uma grande fonte de informações científicas" e expressou sua satisfação por essa nova descoberta "que coloca El Soplao como um dos depósitos de âmbar mais notáveis do mundo".
Enrique Peñalver, pesquisador do Instituto Geológico e de Mineração da Espanha (IGME-CSIC) e coautor do estudo, destacou que essa descoberta "amplia nosso conhecimento sobre a evolução das vespas evanídeas e confirma a extraordinária riqueza paleontológica do âmbar espanhol".
1.500 INCLUSÕES DE FÓSSEIS E 30 ESPÉCIES DESCRITAS
El Soplao é um dos depósitos de âmbar mais relevantes do mundo, com mais de 1.500 inclusões fósseis documentadas e 30 espécies descritas até o momento.
O âmbar foi formado em um ecossistema costeiro que combinava ambientes continentais e marinhos, o que favoreceu a preservação excepcional desses espécimes.
A pesquisa contou com a colaboração de instituições como o IGME-CSIC, a Universidade de Barcelona, a Academia Chinesa de Ciências, o Museu de História Natural da Universidade de Oxford e a Universidade de Valência, e foi financiada por projetos do Governo da Cantábria, do Ministério da Ciência e Inovação e da Generalitat Valenciana.
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