MADRID 2 jul. (EUROPA PRESS) -
A obesidade "é uma pandemia" e uma em cada cinco mortes evitáveis na Espanha está relacionada ao excesso de peso, alerta o Dr. Carlos Durán, chefe do Departamento de Cirurgia Geral e do Sistema Digestivo do Hospital Universitário La Luz, em Madri.
De acordo com dados do Hospital Universitário La Luz, mais de 55% da população adulta espanhola está acima do peso e quase 19% sofre de obesidade. Nesse sentido, os especialistas alertam para a necessidade "urgente" de deixar de ver a obesidade como um problema estético e começar a tratá-la como "o que realmente é: uma doença crônica com graves consequências para a saúde".
A obesidade aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares; dobra o risco de diabetes tipo 2; aumenta os níveis de colesterol e triglicérides; e está associada à apneia do sono, doenças articulares e certos tipos de câncer, como o de cólon, mama, tireoide e esôfago.
No entanto, 82% dos pacientes com obesidade não sabem que sofrem desse problema, o que dificulta ainda mais o seu tratamento. Além disso, até 12% das pessoas obesas acreditam que estão com peso normal, assim como 63% das pessoas com sobrepeso, diz Durán.
"Um dos erros mais comuns hoje em dia é tentar combater os cânones de beleza tóxicos com a aceitação da obesidade como saudável. Não devemos promover ideais impossíveis, mas também não podemos normalizar a obesidade como um estado livre de riscos. É uma doença, não uma escolha de estilo de vida", insiste o Dr. Durán.
COMO TRATAR A OBESIDADE
Para o especialista, a melhor ferramenta ainda é a prevenção. Nesse sentido, ele pede que a educação em saúde seja reforçada desde cedo, incentivando uma dieta "equilibrada" e promovendo um estilo de vida "ativo", com exercícios diários e prática de esportes na infância.
No entanto, quando a obesidade já está estabelecida, Durán defende o atendimento abrangente e personalizado para pacientes com obesidade, com base em equipes multidisciplinares com endocrinologistas, cirurgiões, internistas, psiquiatras, anestesistas e especialistas em endoscopia.
Nesses casos, o especialista destaca que a cirurgia "continua sendo a opção mais eficaz a médio e longo prazo", já que até 90% abandonam o CPAP (tratamento para evitar a apneia do sono), 80% deixam de precisar de medicamentos para baixar os lipídios e mais de 70% dos diabéticos tipo 2 deixam de precisar de tratamento farmacológico ou insulina.
Além disso, o cirurgião diz que os medicamentos usados para perda de peso "não devem ser considerados uma alternativa à cirurgia". Ele acrescenta que os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica podem perder de 50 a 70% do excesso de peso, em comparação com uma perda de 5 a 15% com o uso de análogos do GLP-1.
Além disso, com o uso desses medicamentos, até 60% dos pacientes "têm efeitos adversos", como náuseas, vômitos, distúrbios intestinais e, mesmo em casos raros, pancreatite ou problemas endócrinos. Da mesma forma, seu efeito desaparece quando são interrompidos, portanto, exigem uso contínuo.
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