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Os efeitos sobre a função erétil podem ser modestos
MADRID, 19 dez. (EUROPA PRESS) -
François Peinado, chefe do Serviço de Urologia e Coordenador da Unidade Masculina do Hospital Universitário Ruber Juan Bravo, explicou que antes de iniciar a terapia com testosterona (TRT) é essencial confirmar que um homem tem hipogonadismo clínico, ou seja, níveis sanguíneos consistentemente baixos de testosterona acompanhados de sintomas claros atribuíveis à deficiência e não simplesmente uma queda abaixo dos limites normais.
À medida que os homens envelhecem, é comum que os níveis de testosterona diminuam gradualmente e que apareçam sintomas como falta de energia, diminuição da libido, alterações de humor ou anemia associada. Para aliviar seus efeitos, a terapia com testosterona se tornou um dos tratamentos mais discutidos na medicina masculina nos últimos anos.
"No entanto, o início do tratamento hormonal não é uma decisão trivial e deve ser baseado em critérios clínicos sólidos, tanto para maximizar os benefícios quanto para minimizar os possíveis riscos", diz Peinado.
EFEITOS MODESTOS NA FUNÇÃO ERÉTIL
A evidência atual vem de revisões sistemáticas que mostram que, em homens com deficiência moderada de testosterona, a terapia pode melhorar, acima de tudo, o desejo sexual e a energia. "É importante gerenciar as expectativas, no sentido de que nem todos os sintomas que um homem atribui à baixa testosterona responderão à terapia", disse ele.
Por exemplo, a TRT não demonstrou benefícios claros na melhora da cognição em homens sem comprometimento cognitivo prévio, não impede a progressão do diabetes em pessoas com pré-diabetes, nem melhora o controle glicêmico em pessoas com diabetes estabelecido. Os efeitos sobre a função erétil também podem ser modestos.
Outro aspecto a ser considerado, que preocupa tanto os médicos quanto os pacientes, é a segurança da TRT. Estudos recentes não demonstraram aumento significativo no risco de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral em homens com doença cardiovascular preexistente tratados com testosterona em comparação com placebo, e não há fortes evidências de que a TRT aumente o risco de câncer de próstata.
EFEITOS COLATERAIS
No entanto, o especialista adverte que não é isento de efeitos colaterais, pois alguns homens podem desenvolver eritrocitose (aumento excessivo de glóbulos vermelhos), o que pode aumentar o risco de eventos trombóticos se não for monitorado adequadamente. Outros possíveis efeitos adversos incluem redução da produção endógena de testosterona, baixa concentração de espermatozoides no sêmen (oligospermia) ou até mesmo ausência de espermatozoides (azoospermia).
Nesses casos, existem alternativas terapêuticas, como o uso de moduladores seletivos do receptor de estrogênio (como o clomifeno), que podem aumentar a produção endógena de testosterona e podem ser particularmente úteis em homens que desejam preservar a fertilidade, embora isso deva ser avaliado individualmente com um especialista.
"Há cada vez mais evidências de que a decisão de iniciar a TRT deve ser tomada de forma compartilhada entre o médico e o paciente, com base em uma avaliação clínica minuciosa, em exames laboratoriais repetidos em condições adequadas (níveis matinais em jejum) e após uma discussão honesta sobre as expectativas, os possíveis benefícios e os riscos a curto e longo prazo", conclui Peinado.
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