Publicado 03/07/2025 06:26

Um tipo comum de alga pode produzir bioplástico em Marte

Filmagem do rover Curiosity em Marte
NASA/JPL

MADRID 3 jul. (EUROPA PRESS) -

Uma equipe internacional de pesquisadores demonstrou que é possível cultivar algas verdes dentro de abrigos feitos de bioplástico em condições semelhantes às de Marte.

Os experimentos, liderados pela Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) John A. Paulson, de Harvard, são o primeiro passo para a criação de habitats sustentáveis no espaço que não necessitarão trazer materiais da Terra, de acordo com um artigo sobre a pesquisa publicado na Science Advances.

Se os seres humanos forem viver fora da Terra, eles precisarão construir habitats. Mas o transporte de materiais industriais suficientes para criar espaços habitáveis seria incrivelmente difícil e caro.

"Se você tiver um habitat feito de bioplástico e cultivar algas dentro dele, elas poderão produzir mais bioplástico", explicou Robin Wordsworth, professor de ciências ambientais da SEAS, em um comunicado. "Isso cria um sistema de circuito fechado que pode se autossustentar e até mesmo crescer com o tempo.

CULTIVO DE ALGAS EM CONDIÇÕES SEMELHANTES ÀS DE MARTE

Em experimentos de laboratório que recriaram a tênue atmosfera de Marte, a equipe de Wordsworth cultivou um tipo comum de alga verde chamada Dunaliella tertiolecta. As algas se desenvolveram dentro de uma câmara de crescimento impressa em 3D feita de um bioplástico chamado ácido polilático, capaz de bloquear a radiação UV e, ao mesmo tempo, transmitir luz suficiente para permitir a fotossíntese.

As algas foram mantidas a uma pressão atmosférica de 600 pascal, semelhante à de Marte (mais de 100 vezes menor do que a da Terra) e em um ambiente rico em dióxido de carbono, em oposição ao nitrogênio e oxigênio predominantes na Terra. A água líquida não pode existir em pressões tão baixas, mas a câmara de bioplástico criou um gradiente de pressão que estabilizou a água em seu interior. Os experimentos apontam os bioplásticos como potencialmente essenciais para a criação de sistemas renováveis para sustentar a vida em um ambiente sem vida.

O conceito demonstrado pelos pesquisadores está mais próximo de como os organismos crescem naturalmente na Terra e contrasta com uma abordagem industrial que usa materiais caros para fabricar e reciclar.

A equipe de Wordsworth demonstrou anteriormente um tipo de terraformação marciana local usando folhas de aerogel de sílica que imitam o efeito estufa da Terra para permitir o crescimento biológico. Uma combinação dos experimentos com algas com os aerogéis resolveria os problemas de temperatura e pressão que favorecem o crescimento de plantas e algas, disse Wordsworth, e poderia abrir caminho para a existência extraterrestre.

Wordsworth acrescentou ainda que os pesquisadores querem demonstrar que seus habitats também funcionam em condições de vácuo, o que seria relevante para aplicações lunares ou no espaço profundo. Sua equipe também planeja projetar um sistema operacional de circuito fechado para a produção de habitats.

"O conceito de habitats biomateriais é fundamentalmente interessante e pode sustentar a vida humana no espaço", disse Wordsworth. "À medida que esse tipo de tecnologia se desenvolve, ele também trará benefícios para a tecnologia de sustentabilidade aqui na Terra."

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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