MADRID 10 mar. (EUROPA PRESS) -
O diretor médico da Clínica Baviera, Gonzalo Muñoz, advertiu que o dano que o glaucoma causa ao olho é "irreversível", razão pela qual ele recomendou "um exame oftalmológico completo todos os anos a partir dos 40 anos de idade, que mede não apenas a pressão intraocular (PIO), mas também realiza uma verificação do ângulo de drenagem do olho, um exame do nervo óptico, um teste de visão periférica e uma medição da espessura da córnea".
"Todos esses testes realizados regularmente nos permitirão detectar a doença a tempo de seguir algumas diretrizes e retardar a perda visual", acrescentou Muñoz no contexto do Dia Mundial do Glaucoma, que será comemorado em 12 de março.
Sobre esse ponto, a Clínica Baviera nos lembrou que até 90% dos casos de cegueira causados pelo glaucoma poderiam ser evitados com a detecção precoce, o que permitiria iniciar o tratamento para retardar sua evolução.
O glaucoma é uma doença ocular caracterizada pela perda da visão em decorrência de danos ao nervo óptico, geralmente causados por um aumento da pressão intraocular (PIO). É a segunda principal causa de cegueira nos países industrializados, depois do diabetes. A perda de visão ocorre de forma muito lenta, afetando primeiro a visão periférica (lateral), conhecida como visão em túnel ou visão em espingarda.
As causas do glaucoma não são bem conhecidas, embora todos os estudos sugiram que ele pode ser causado por uma pressão intraocular elevada. Outros fatores que aumentam o risco também podem estar envolvidos: idade, ter miopia magna ou miopia patológica, histórico familiar, diabetes, predisposição anatômica, uso de esteroides ou drogas vasoconstritoras por um período prolongado.
A evolução do glaucoma não é a mesma em todos os tipos de pessoas e também depende do tipo de patologia. "O glaucoma crônico é o que atinge 80% dos pacientes. É o mais comum, mas o mais perigoso, porque a pessoa não o percebe até que tenha uma perda de visão significativa e manifesta", comentou Muñoz.
O glaucoma de ângulo fechado ou de ângulo estreito é menos comum, mas tem a particularidade de apresentar sintomas como dor ocular intensa, vermelhidão, visão reduzida, dor de cabeça, dilatação da pupila, entre outros.
Quando esses sintomas estão presentes, é comum que causem danos muito perceptíveis ao campo visual do paciente. "Nesses casos, é muito importante consultar um oftalmologista o mais rápido possível, pois se trata de uma emergência que requer atenção médica imediata", acrescenta o especialista.
TRATAMENTO DO GLAUCOMA
De acordo com a Clínica Baviera, o tratamento do glaucoma dependerá de cada paciente e do tipo de glaucoma que ele apresenta, bem como do momento em que a doença foi detectada e de sua evolução.
"No entanto, como um dos fatores de risco mais importantes na maioria dos tipos de glaucoma é o dano ao nervo óptico causado pela pressão intraocular (PIO) elevada, os tratamentos geralmente visam a controlá-la. Mas devemos ter em mente que o dano causado por essa patologia é irreversível, portanto os medicamentos que aplicamos servirão para controlar sua progressão, retardando a deterioração progressiva do nervo óptico e a perda do campo visual", explica o Dr. Muñoz.
A primeira linha de tratamento geralmente se baseia no uso de medicamentos (normalmente na forma de colírios). Se esses medicamentos não forem eficazes e a doença continuar a progredir, os oftalmologistas podem recorrer a tratamentos cirúrgicos, que têm como objetivo diminuir a produção de humor aquoso ou melhorar sua drenagem.
Nesse sentido, o humor aquoso é um líquido transparente encontrado na parte anterior do olho e desempenha um papel crucial na pressão intraocular. Sua produção e drenagem devem ser equilibradas para manter uma PIO normal (entre 10 e 21 mmHg). Se o humor aquoso não for drenado adequadamente ou for produzido em excesso, a pressão intraocular aumenta, o que pode danificar o nervo óptico e levar ao glaucoma.
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