Seriam necessários 329 profissionais nessas categorias para cobrir as horas extras em 2024 MADRI 14 abr. (EUROPA PRESS) -
Cerca de 775.000 pessoas na Comunidade, 11,22% do total, não têm atualmente um médico de família ou pediatra designado para elas, com um déficit na atenção primária de 329 profissionais nessas categorias para poder atender adequadamente a população da região (272 médicos de família e 57 pediatras).
É o que se depreende de um relatório sobre "a situação real" da Atenção Primária em Madri realizado pelo sindicato médico Amyts e pela plataforma APSeMueve, que reúne médicos e pediatras desse primeiro nível de atendimento, com base em dados obtidos em 267 centros de saúde e seus consultórios, 100% da região.
O estudo analisa os postos de medicina de família e pediatria da Comunidade de Madri, centros de saúde com equipe médica incompleta ou centros de difícil cobertura - entendidos como aqueles com vagas estruturais e ausências não cobertas de longo prazo (2 ou mais meses), iguais ou superiores a 20% da equipe -.
Também fornece dados sobre a população da Comunidade de Madri sem médico de família ou pediatra, os centros obrigados a compartilhar médicos com outros e a estimativa do pessoal total necessário para cobrir as necessidades de médicos de família e pediatras nos centros de saúde.
De acordo com esses dados, coletados durante o mês de março pelos próprios profissionais, do total de 3.812 postos de trabalho de medicina de família oferecidos na região, 11,1% não estão preenchidos, ou seja, 424. Esses postos são de três tipos: vagas (postos sem um titular, nos quais a população não tem um médico designado); ausências não cobertas (postos com um médico designado, que por algum motivo está ausente e não é substituído por dois ou mais meses); e reduções nas horas de trabalho de profissionais titulares que não foram cobertas.
Assim, do total de 424 vagas não preenchidas, 4,38% correspondem a vacâncias (167 profissionais); 5,94% são devidas a ausências de longo prazo (226 médicos de família); e outras 31 seriam devidas ao equivalente a 3.100 horas de reduções não preenchidas.
Por diretorias de atendimento, das sete em que a região está dividida, destacam-se a Diretoria de Atendimento Sul (17% das ausências) e a Diretoria de Atendimento Oeste (15%).
No caso dos postos de pediatria, com um total de 963 na Comunidade como um todo, há 139 postos não preenchidos, 14,5%. Desses, 64 são devido a vagas (6,65% do total) e 71 devido a ausências de longo prazo (7,37%). Finalmente, as 394 horas reduzidas não cobertas seriam equivalentes à atividade completa de 4 pediatras.
Nesse caso, o número médio de ausências é de cerca de 15%, com exceção da Diretoria de Cuidados do Leste, com 21%, e do Centro, com quase 18% acima da média.
O relatório também destaca os resultados surpreendentes da Diretoria de Atendimento Central na Pediatria, onde as vagas estruturais são o dobro do número de ausências não cobertas, e da Diretoria de Atendimento Noroeste no caso da Medicina de Família, onde se destaca a quase ausência de vagas estruturais, "dentro das poucas ausências em geral nessa" área.
APENAS 27,3% DOS CENTROS COM TODAS AS VAGAS COBERTAS
O estudo também aponta que há 194 centros de saúde sem equipe completa de Medicina de Família (com um ou mais postos de medicina não cobertos), 72,7%, em comparação com 73, 27,3%, que os têm.
Os chamados centros "difíceis de cobrir" também são analisados, com 124 na região que devem ser considerados como tal, pois têm uma equipe médica em ambas as categorias inferior a 80%. Em detalhes, há 43 centros de saúde em medicina familiar - em comparação com 22 no ano passado - e 81 em pediatria, de acordo com o relatório.
No caso da pediatria, Canal de Panamá, em Ciudad Lineal, com um pediatra em cada quatro; Villamil, em Tetúan, com duas ausências em cada duas; Argüelles, em Moncloa, com uma em cada uma; e Sanchinarro, em Hortaleza, com seis em cada nove.
Além disso, de acordo com esses dados, há trinta centros de saúde que "compartilham" profissionais: 27 no caso da Medicina de Família (10,11%) e três no caso da Pediatria (1,12%). Uma forma "incomum e inovadora" de contratação no Serviço de Saúde de Madri (Sermas), na qual os profissionais que trabalham vários dias em um centro são "obrigados" a trabalhar o resto dos dias em outros centros. "Puro "trilerismo", na opinião de Amyts e APSemueve, para que os números se somem e para que "não haja centros difíceis de cobrir".
De acordo com as conclusões do estudo, 775.000 pacientes, 11,22% da população da Comunidade de Madri, não são atualmente acompanhados por um médico de família (636.000 pessoas) ou pediatra (139.000) com a qualidade que a atenção primária deveria oferecer.
SÃO NECESSÁRIOS 329 PROFISSIONAIS PARA COBRIR AS HORAS EXTRAS
Com base em dados solicitados no Portal de Transparência da Comunidade de Madri, o relatório também aponta as necessidades de pessoal para o atendimento adequado com base nas horas extras realizadas em 2024 e nos acordos de saída de greve da última legislatura, que estabelecem 10 minutos por paciente (seis a cada hora) e um máximo de 34 para Medicina de Família e 24 para Pediatria.
Assim, com 382.569 horas extras para a categoria de Medicina de Família em 2024 (248 dias úteis), seriam necessários 272 profissionais. No caso da Pediatria, com 56.743 horas extras, seriam necessários mais 57 pediatras.
Nesse sentido, Mar Noguerol, porta-voz da APSeMueve, solicitou uma Oferta Pública de Emprego (OPE) extraordinária aberta a toda a Espanha para cobrir essas vagas. "Pessoal, pessoal, pessoal, pessoal", ela defendeu como solução, já que não foram criados novos cargos em Medicina de Família e Pediatria nesse primeiro nível de atendimento desde 2019.
"Há médicos, mas temos de atraí-los para os cuidados primários", sublinhou. Por sua vez, Isabel Vázquez, presidente da Amyts Primary Care, enfatizou a necessidade de um maior investimento nesse primeiro nível de atendimento, que atualmente tem um gasto "muito baixo" em Madri, e pediu um "esforço" para investir nesse nível de saúde. "É dinheiro, sim, mas dinheiro muito bem gasto", observou ele.
O relatório foi enviado ao governo regional e foi solicitada uma reunião urgente com o Ministério Regional e a própria presidente, Isabel Díaz Ayuso, para analisá-lo e tomar medidas. Se essa solicitação não for atendida, o caso será encaminhado a outras instituições, como o Ombudsman. Entre outras medidas, eles pediram para "deixar para trás os remendos" e o "trilerismo" e optar por soluções.
AUMENTO DE 7% NOS RECURSOS HUMANOS NO ÚLTIMO ANO
O Ministério Regional da Saúde enfatizou que esse relatório "não reflete a realidade" da atenção primária em Madri. Eles enfatizam que, nos últimos dois anos, houve um aumento de 7% nos recursos humanos em nível de atenção primária, com um aumento de 4% em Medicina de Família. Além disso, o número de cargos não preenchidos caiu 4,6%, de acordo com os dados fornecidos pelo departamento de Fátima Matute.
Ela também enfatizou que há quase dois anos vem solicitando à Ministra da Saúde, Mónica García, um Plano Nacional de Recursos Humanos, "com o qual a Ministra se comprometeu e do qual não houve absolutamente nada até o momento", bem como esforços para garantir que dos 22 centros identificados como de difícil cobertura no ano passado, "a cobertura estável melhorou em todos eles".
Também indicaram que todos os usuários são atendidos em seu centro de saúde e que Madri é a região que oferece o maior horário de funcionamento, das 8h às 21h, apesar da escassez de profissionais", com horários de medicina familiar e pediatria de 3.600 e 900 vagas por dia, respectivamente.
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