MADRID 16 nov. (EUROPA PRESS) -
Grupos ultraortodoxos atacaram dois deputados israelenses na noite de sábado em reação ao avanço da controversa lei de alistamento militar para estudantes da Torá, que desencadeou a ira dos extremistas haredi, protegidos durante anos por uma isenção que pode estar enfrentando seus últimos dias.
Os dois parlamentares agredidos representam partidos que deveriam estar protegendo os interesses dessa comunidade, mas estão sucumbindo à pressão da falta de mão de obra para dar continuidade à campanha militar total em Gaza.
Os ultras atacaram primeiro o veículo do deputado Yoav Ben-Tzur, do partido Shas, quando ele estava saindo de uma aula em Jerusalém, disseram fontes policiais ao Times of Israel. O parlamentar saiu ileso, mas os agressores conseguiram quebrar as janelas de seu carro. Os incidentes continuaram pouco depois em Bnei Brak, quando dezenas de ultraortodoxos cercaram a casa do deputado Yaakov Asher, do United Torah Judaism.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o que aconteceu, especialmente o ataque a Ben-Tzur, que ele atribuiu a "um punhado de cabeças quentes".
"Mesmo que haja diferenças de opinião, não há lugar para a violência. A aplicação da lei deve agir com firmeza contra qualquer tentativa de aterrorizar ou prejudicar representantes eleitos", acrescentou em uma mensagem em sua conta no X.
Os partidos haredi pressionaram para que as isenções do serviço militar obrigatório fossem mantidas, inclusive rompendo com o governo e boicotando a legislação da coalizão.
No sábado, o presidente do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do parlamento israelense, Boaz Bismuth, anunciou a apresentação da minuta final do texto e disse que isso marcaria uma mudança significativa ao recrutar uma parte dos homens haredi que não estão matriculados em uma yeshiva.
Mas os parlamentares da oposição acusaram que isso permitirá que a maioria dos homens ultraortodoxos continue a evitar o serviço militar, impondo apenas penalidades leves àqueles que se esquivarem e abrindo caminho para que os partidos haredi voltem a fazer parte da coalizão de Netanyahu.
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