MADRID 7 nov. (EUROPA PRESS) -
Às vezes não é o que dizemos, mas como dizemos. Na vida cotidiana, muitas pessoas minam suas próprias opiniões sem perceber, simplesmente usando expressões que transmitem insegurança ou falta de convicção. E o engraçado é que elas são tão comuns que passam despercebidas até mesmo em reuniões, conversas cotidianas ou entrevistas de emprego.
A jornalista e especialista em comunicação Manuela Ortiz explicou isso em um vídeo em seu canal do TikTok (@manuelaortizcomunicacion), no qual ela analisa quais são as três expressões que diminuem a autoridade ao falar. "Quando pedimos desculpas ou justificamos o que vamos dizer, o que estamos fazendo na verdade é minimizar nosso ponto de vista", alerta a especialista.
Sua mensagem é clara: cada palavra conta, e pequenas muletas podem mudar completamente a percepção que os outros têm de nossa confiança. Para remediar isso, Ortiz sugere substituir essas frases por alternativas mais assertivas que mantenham a polidez, mas sem enfraquecer a mensagem.
"DESCULPE-ME, MAS".
Dizer "desculpe-me, mas minha opinião é essa" é uma das fórmulas mais difundidas para introduzir uma ideia. No entanto, de acordo com Ortiz, pedir desculpas ao falar pressupõe que o que vamos dizer pode ser perturbador ou inadequado, o que prejudica a assertividade desde o início.
Em vez de pedir desculpas, ele recomenda ir direto ao ponto com expressões neutras que reflitam a intenção de contribuir com valor, como "Gostaria de dizer algo sobre este tópico" ou "Gostaria de compartilhar meu ponto de vista". Dessa forma, a conversa se torna mais natural e a mensagem é percebida como mais forte.
"EU SÓ QUERIA DIZER
O "just" atua como um minimizador de fala. Ao pronunciá-lo, a pessoa se justifica antes mesmo de falar, o que cria a sensação de que sua opinião não é importante ou que ela está interrompendo. "Com o 'apenas' você introduz a dúvida e justifica o que vai dizer", explica o especialista, que recomenda substituí-lo por um verbo com mais peso: "Eu proponho", "Eu acrescentaria" ou "Eu considero".
Pequenas mudanças no vocabulário, ela ressalta, têm um grande impacto sobre como os outros percebem sua confiança. A confiança é comunicada tanto por meio de palavras quanto pelo tom e pela postura corporal.
"VOCÊ ESTÁ ME ENTENDENDO?"
Usar esse recurso no final de uma frase transmite uma busca por validação externa. "Parece que precisamos que a outra pessoa confirme que o que estamos dizendo faz sentido, quando na verdade deveríamos estar projetando confiança", ressalta Ortiz.
Em contextos de tensão ou debate, esse tipo de clichê pode até gerar a sensação oposta: que o interlocutor não está entendendo ou que você o está subestimando. A alternativa é convidar ao diálogo aberto: "Gostaria de saber sua opinião sobre esse assunto" ou "Estou aberto a discutir meus argumentos".
FALAR COM CONFIANÇA TAMBÉM PODE SER TREINADO
A mensagem final de Manuela Ortiz é que a autoridade não é imposta, ela é comunicada. Ganhar confiança ao falar não significa parecer rígido, mas aprender a escolher palavras que reforcem a confiança e transmitam clareza.
Como a especialista nos lembra, "a maneira como expressamos nossas ideias influencia diretamente as oportunidades que geramos". E, às vezes, basta parar de se desculpar por ter uma opinião para começar a ser ouvido.
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