Publicado 13/05/2025 11:41

Trapaça do primeiro cromossomo em ambos os sexos

Drosophila testacea nas brânquias de um fungo
WIKIMEDIA

MADRID 13 maio (EUROPA PRESS) -

Os cientistas descobriram um cromossomo X "egoísta" na mosca-das-frutas, Drosophila testacea, que distorce a herança tanto no esperma quanto nos óvulos.

"Os pesquisadores conhecem esses genes egoístas nos machos há quase 100 anos e eles se tornaram exemplos clássicos de como os genes podem entrar em conflito uns com os outros", disse em um comunicado Graeme Keais, estudante de doutorado da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) e principal autor do estudo, publicado na revista PNAS.

"Mas até agora, só vimos um gene específico se comportando incorretamente em homens ou mulheres, nunca em ambos.

Os cromossomos carregam as informações genéticas de um organismo na forma de DNA, copiando com precisão o padrão genético de pai para filho durante a divisão e reprodução celular.

As células se dividem para formar óvulos e espermatozoides em um processo chamado meiose. Normalmente, os cromossomos dentro dessas células têm a mesma probabilidade de serem passados para a próxima geração. Mas alguns cromossomos têm elementos genéticos, conhecidos como condutores meióticos, que alteram as regras de herança durante a meiose para aumentar suas chances de sobrevivência.

O estudo, liderado por cientistas da UBC e da Universidade de Victoria, descobriu que o cromossomo X da mosca da floresta paleártica, amplamente distribuída, elimina o esperma que carrega o cromossomo Y, garantindo que mais descendentes o herdem. Nas fêmeas, ele é preferencialmente incluído no óvulo.

"A capacidade de sequestrar a meiose nos contextos muito diferentes das células germinativas masculinas e dos oócitos é notável", diz o Dr. Steve Perlman, biólogo da Universidade de Victoria, que liderou a equipe de pesquisa.

"Isso destaca a notável diversidade de elementos genéticos egoístas, com profundas implicações sobre como o conflito genético molda a arquitetura dos genomas.

COMPORTA-SE COMO UM SUPERGENE

Esse cromossomo X egoísta em particular é estruturalmente incomum. Ele se comporta como um supergene, o que significa que contém um grande bloco de DNA que não se mistura mais com sua contraparte normal do cromossomo X.

Como resultado, ele se expandiu para quase o dobro do tamanho de um cromossomo X típico, acumulando fragmentos de DNA repetitivos ao longo do caminho. Algumas dessas sequências repetitivas podem contribuir diretamente para sua capacidade de induzir erros durante a reprodução feminina.

As descobertas sugerem que as regiões do genoma que não se misturam, como os supergenes, podem ter uma interação subestimada com a evolução dos genes egoístas.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático