MADRID 17 set. (EUROPA PRESS) -
O chefe clínico do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Universitari Mútua-Terrassa, Sergi Call, afirmou que as terapias neoadjuvantes antes da cirurgia, seja com quimioterapia isolada, quimiorradioterapia ou com os novos tratamentos com quimioterapia e imunoterapia, permitem obter melhores resultados de sobrevida em pacientes com câncer de pulmão e envolvimento de linfonodos mediastinais.
"Durante décadas, o tratamento antes da cirurgia foi tentado para reduzir o tamanho do tumor e, acima de tudo, para eliminar completamente a doença dos linfonodos mediastinais", disse o Dr. Call, membro da Sociedade Espanhola de Cirurgia Torácica (SECT), durante o Congresso Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC), organizado pela Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC) em Barcelona.
Esse tipo de tratamento neoadjuvante gerou uma "revolução" nos últimos anos no tratamento do câncer de pulmão, embora nem todos os pacientes possam se beneficiar dele, com metade dos pacientes apresentando uma resposta patológica importante e 25% apresentando uma resposta completa.
"Os estudos clínicos controlados e randomizados foram e continuam sendo fundamentais na geração das melhores evidências científicas para estabelecer quais tratamentos são mais eficazes do que outros. No entanto, não podemos perder de vista o fato de que a prática clínica é uma realidade muito mais complexa", explicou o especialista.
Nesse sentido, ele destacou que os pacientes incluídos nos estudos contêm populações "altamente selecionadas e estritamente controladas", o que pode limitar a aplicabilidade na prática clínica.
"Os pacientes não são os mesmos em um ambiente controlado como são no mundo real e, portanto, a aplicação de tratamentos em um ambiente do mundo real significa que as respostas aos tratamentos variam daquelas observadas em estudos controlados", acrescentou.
O Dr. Call também disse que a evidência do mundo real é "essencial" para compreender com mais precisão os benefícios e as limitações dos tratamentos em populações maiores e mais representativas.
AINDA SÃO NECESSÁRIAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO INVASIVAS
Por outro lado, o Dr. Call enfatizou que as técnicas invasivas, como a ecobroncoscopia guiada por ultrassom (EBUS) ou a mediastrinoscopia, são "essenciais" para identificar os nódulos mediastinais afetados que não podem ser detectados com exames de imagem convencionais, como a tomografia computadorizada (TC) ou a tomografia por emissão de pósitrons (PET).
"As técnicas de diagnóstico invasivas, como a mediastinoscopia e o EBUS, continuam sendo as melhores ferramentas para avaliar com precisão se os nódulos mediastinais estão envolvidos. Em contrapartida, os exames de imagem, como PET e TC, muitas vezes não refletem a verdadeira resposta ao tratamento neoadjuvante, pois não nos permitem ver se os nódulos estão envolvidos", explicou.
A avaliação precisa dos nódulos mediastinais é de vital importância para determinar a eficácia da cirurgia, pois os pacientes cujos nódulos não respondem ao tratamento têm uma sobrevida muito menor do que os pacientes que respondem bem ao tratamento.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático