MADRID 2 jul. (EUROPA PRESS) -
Os astrônomos estão obtendo uma imagem muito mais clara de como eram as galáxias no início do Universo graças a um estudo realizado com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
O estudo CRISTAL ([CII] Resolved ISM in STar-forming galaxies with ALMA) com o ALMA proporcionou um vislumbre do passado, quando o Universo tinha apenas cerca de um bilhão de anos, um mero bebê em termos cósmicos. Essas observações ajudam os cientistas a entender como as galáxias se formaram e evoluíram de nuvens de gás primordiais para as estruturas organizadas que observamos hoje.
"A incrível capacidade do ALMA de enxergar através da poeira e do gás nos permitiu observar essas galáxias distantes com detalhes extraordinários", explica Rodrigo Ignacio Herrera Camus, da Universidad de Concepción, no Chile, em um comunicado. "Não estamos apenas vendo pontos de luz; estamos resolvendo as estruturas internas dessas galáxias e aprendendo sobre os processos que ocorrem dentro delas. A pesquisa CRISTAL concentrou-se em uma amostra de galáxias formadoras de estrelas que mostraram a relação típica entre a massa de uma galáxia e sua taxa de formação de estrelas.
As observações ALMA dessas galáxias revelaram:
- Formas e movimentos diversos: Algumas galáxias mostraram sinais de rotação ordenada, sugerindo a formação de discos iniciais. Outras mostraram movimentos caóticos e formas perturbadas, indicativos de colisões e fusões de galáxias.
- Nuvens de gás estendidas: O ALMA detectou nuvens de gás, reveladas pela emissão de um tipo específico de luz do carbono ionizado, que se estendem muito além das regiões onde as estrelas se formaram. Isso sugere que as galáxias estão cercadas por vastos reservatórios de gás, que poderiam impulsionar a formação de estrelas no futuro ou ser ejetados por erupções poderosas.
- Formação de estrelas em aglomerados: Muitas galáxias exibiram formação de estrelas em aglomerados bem definidos, fornecendo informações sobre como as estrelas nascem nesses sistemas iniciais. Um achado particularmente intrigante é a descoberta de uma galáxia, chamada CRISTAL-10, que exibe um déficit extremo de emissão de carbono ionizado em relação à sua luz infravermelha distante, uma proporção semelhante à observada na Arp 220, uma das galáxias mais luminosas e mais escuras do Universo local. Um estudo mais aprofundado dessa galáxia poderia revelar a fonte de energia do meio interestelar e o estado físico do Universo primitivo.
"O CRISTAL fornece dados detalhados que simplesmente não eram possíveis antes do ALMA", acrescenta Herrera Camus. "Temos um novo retrato de família da evolução das primeiras galáxias. Essas observações desafiam nossos modelos existentes de formação de galáxias e abrem novos caminhos de pesquisa.
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