Publicado 18/11/2025 12:49

O tamanho do corpo dos mamíferos sul-americanos do Oligoceno influenciou sua organização ecológica, de acordo com um estudo.

Mamíferos do Oligoceno
UCM

MADRID, 18 nov. (EUROPA PRESS) -

Um novo estudo sobre a fauna do Oligoceno, realizado no sítio fóssil de Quebrada Fiera, na província de Mendoza (Argentina), revelou que o tamanho do corpo foi um fator determinante na organização ecológica dos mamíferos que habitavam a América do Sul há aproximadamente 25 milhões de anos.

A pesquisa conclui que as espécies maiores ocupavam nichos maiores e mais diversificados, enquanto as espécies menores se especializavam em recursos específicos, o que permitia que seus nichos ecológicos se sobrepusessem aos primeiros.

Essa descoberta, inédita até o momento, faz parte da tese de doutorado de Dánae Sanz-Pérez, do Departamento de Geodinâmica, Estratigrafia e Paleontologia da Universidade Complutense de Madri, e foi possível graças à análise de isótopos estáveis em mais de 50 amostras de esmalte dentário de onze espécies de mamíferos fósseis.

Os resultados sugerem que grandes herbívoros, como os notoungulados Gualta cuyana e Mendozahippus fierensis, e o pirotério Pyrotherium romeroi, conseguiam se alimentar em uma variedade maior de habitats, desde áreas mais abertas até áreas com vegetação densa.

Em contrapartida, os mamíferos menores, como Archaeohyrax suniensis ou Argyrohyrax proavus, concentravam-se em habitats mais restritos.

O trabalho foi realizado em colaboração com especialistas da Universidad Complutense de Madrid, do Instituto de Geociencias (CSIC-UCM), do Instituto Argentino de Nivología, Glaciología y Ciencias Ambientales (IANIGLA) e do CCT-CONICET-Mendoza (Argentina).

As amostras de esmalte dentário de mamíferos fósseis foram analisadas usando técnicas de espectrometria de massa para medir os valores isotópicos de carbono (d13C) e oxigênio (d18O), o que nos permitiu reconstruir as dietas dos animais e as condições climáticas de seu ecossistema. Além disso, as massas corporais das espécies foram estimadas e suas estratégias ecológicas foram avaliadas em função de seu tamanho.

Os resultados deste estudo não apenas melhoram a compreensão da ecologia de mamíferos do passado, mas também são relevantes para modelos paleoecológicos e paleoclimáticos.

A relação entre o tamanho do corpo e a segregação de nicho pode fornecer pistas para entender como os ecossistemas do passado responderam às novas condições ambientais e como essa dinâmica persiste nos ecossistemas atuais. Esse conhecimento pode ser fundamental para prever como os ecossistemas atuais responderão aos desafios das mudanças climáticas.

A equipe de pesquisa estenderá esse estudo a outras regiões da América do Sul, tanto andinas quanto extra-andinas, para testar se o padrão observado em Mendoza se repete em outras faunas do Oligoceno e de outros períodos do Cenozoico.

Essa análise nos permitirá investigar melhor a influência das condições locais e climáticas na organização ecológica das comunidades animais da época.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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