MADRID 20 nov. (EUROPA PRESS) -
Um estudo realizado por pesquisadores espanhóis descobriu que a suplementação com um agente simbiótico melhora a função hepática e vascular em um modelo experimental de colestase, de modo que as terapias direcionadas à microbiota intestinal podem representar uma maneira promissora de atenuar suas complicações.
A colestase hepática é uma doença caracterizada pelo acúmulo de ácidos biliares no fígado, levando a danos hepáticos, distúrbios renais e vasculares e inflamação sistêmica. Em casos avançados, o transplante hepático continua sendo a única opção de cura, o que leva à busca de abordagens complementares seguras e eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Nesse contexto, os probióticos e prebióticos - e sua combinação em simbióticos - demonstraram potencial para modular a microbiota intestinal e reduzir a inflamação em diferentes doenças hepáticas.
O estudo, liderado por Javier Blanco Rivero (pesquisador da Universidad Autónoma de Madrid e do Centro de Investigación Biomédica en Red de Enfermedades Cardiovasculares, CIBERCV), analisou os efeitos de um simbiótico comercial, o "Prodefen", em ratos com colestase induzida cirurgicamente.
Os resultados, publicados na revista Bioactive Carbohydrates and Dietary Fibre, revelam que, embora o simbiótico não tenha modificado significativamente a composição da microbiota intestinal, ele reduziu a endotoxemia - a presença de componentes bacterianos com efeito pró-inflamatório no sangue - e aumentou os níveis de ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato), metabólitos com efeitos anti-inflamatórios e protetores no fígado e nos rins.
"Observamos também uma normalização da pressão arterial, associada a uma melhora na função da inervação perivascular mesentérica, com aumentos na liberação de noradrenalina e óxido nítrico, e uma regulação do neuropeptídeo CGRP, envolvido na vasodilatação do leito vascular mesentérico", explicam os autores.
De modo geral, a suplementação com "Prodefen" melhorou as alterações sistêmicas associadas à colestase hepática, especificamente aquelas observadas nos níveis hepático, renal e vascular, embora não tenha revertido completamente os danos.
"As terapias direcionadas à microbiota intestinal podem representar um caminho promissor para atenuar as complicações da colestase e de outras doenças hepáticas, favorecendo a melhora da função metabólica e circulatória", concluem os pesquisadores.
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