Publicado 05/11/2025 07:10

O Space Act estabelecerá requisitos para reduzir os detritos espaciais e exigirá seguro para os lançamentos.

Ele promoverá políticas de céus escuros, protegendo o céu noturno da poluição luminosa.

Lançamento do SpainSat NG II
SPACE X

MADRID, 5 nov. (EUROPA PRESS) -

O projeto de Lei de Atividades Espaciais busca organizar sistematicamente a atividade espacial sob a jurisdição espanhola, estabelecer requisitos para reduzir os detritos espaciais e exigir que os operadores tenham seguro ou garantias financeiras suficientes para realizar atividades espaciais.

O primeiro texto da futura Lei Espacial, consultado pela Europa Press, afirma que, para que o desenvolvimento do setor espacial espanhol se consolide de maneira estável e a longo prazo, é essencial aprovar um regulamento que integre os compromissos internacionais, as prioridades de segurança e defesa e os desafios industriais e científicos que caracterizam esse campo.

Essa lei, promovida pelo Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, abordará de forma abrangente os principais desafios que o setor enfrenta atualmente.

Isso inclui a necessidade de estabelecer um regime de autorização, reforçar os requisitos de segurança, sustentabilidade e resiliência, garantir a existência de mecanismos de seguro e garantias financeiras adequadas, atualizar aspectos do registro de objetos espaciais, impulsionar a indústria e os centros de pesquisa e avançar na regulamentação das infraestruturas espaciais.

Com isso, o projeto de lei, que pretende ser "válido e útil por um longo período de tempo", afirma que a Espanha "poderá se dotar de uma estrutura robusta, capaz de garantir a segurança jurídica, cumprir seus compromissos internacionais e projetar o país como um ator competitivo e responsável no espaço no século XXI".

Atualmente, aqueles que desejam lançar satélites, operar constelações ou implementar infraestruturas espaciais carecem de um procedimento unificado que estabeleça de forma clara e sistemática os requisitos de autorização, técnicos, financeiros e de segurança.

Essa falta de uma estrutura comum pode limitar a capacidade da Espanha de atrair investimentos, cria incertezas para os atores envolvidos ou responsáveis pelas atividades espaciais e dificulta o cumprimento de seus compromissos internacionais de autorização e supervisão.

Por esse motivo, este regulamento busca reforçar e aplicar a obrigação de obter uma autorização para poder realizar atividades espaciais, que estabeleça os requisitos básicos para a atividade, dentro da estrutura europeia de segurança, sustentabilidade e resiliência, e que seja emitida por uma autoridade nacional designada para esse fim, como a Agência Espacial Espanhola ou outros órgãos designados.

PLANOS DE SEGURANÇA, EMERGÊNCIA OU PROTEÇÃO CIBERNÉTICA

A estrutura atual não obriga as operadoras a terem planos de segurança, emergência ou proteção cibernética, nem a estarem integradas aos sistemas de monitoramento e gerenciamento do tráfego espacial. "Essas restrições devem ser adequadamente abordadas e incorporadas à autorização para atividades espaciais, bem como as isenções correspondentes", observa o texto.

Além disso, a lei tratará do acúmulo de detritos espaciais, que compromete a viabilidade de futuras missões, e buscará uma resposta para os riscos ambientais gerados por lançamentos e reentradas.

Assim, estabelecerá princípios para garantir práticas responsáveis no projeto, na operação e na remoção de objetos, bem como a proteção do meio ambiente da Terra, incluindo o aprimoramento das políticas de céus escuros, ou seja, a proteção do céu noturno contra a poluição luminosa e a interferência do número crescente de satélites e constelações artificiais.

O texto lembra que os tratados internacionais atribuem responsabilidade aos Estados por danos causados por objetos espaciais registrados sob sua jurisdição. No entanto, no contexto nacional espanhol, ainda não foi estabelecido um sistema que exija que os operadores tenham seguro ou garantias financeiras suficientes, o que poderia transferir uma parte significativa do risco para os cofres públicos e afetar negativamente a confiança internacional.

O Governo considera necessário estabelecer uma norma nacional para regular esse cenário, adaptando a obrigação de certas garantias à atividade espacial a ser realizada, bem como as exceções necessárias.

REGISTRO DE OBJETOS ESPACIAIS E PROMOÇÃO DA INDÚSTRIA NACIONAL

O regulamento também inclui uma atualização e atribuição do Registro Espanhol de Objetos Espaciais, criado em 1995, às competências da Agência Espacial Espanhola.

Ele também enfatiza que o setor espacial espanhol precisa de uma estrutura jurídica e programática "sólida" para ajudar a promover sua atividade futura por meio de uma lei projetada para um longo período de tempo.

"O fortalecimento da segurança jurídica e o desenvolvimento de instrumentos apropriados permitirão que o país colha os benefícios da crescente democratização e comercialização do acesso ao espaço", destaca o texto.

Nesse contexto, o Executivo acredita que é fundamental reconhecer a importância da indústria espacial e dos centros de pesquisa espacial dual, tanto civis quanto militares, "como um motor fundamental para a inovação e a competitividade do setor espacial".

Assim, assegura que a colaboração entre ambas as áreas permitirá a otimização de recursos, a transferência de tecnologia e a criação de sinergias que favoreçam o desenvolvimento de infraestruturas e capacidades críticas para a segurança nacional.

"É essencial fortalecer e promover legislativamente a colaboração público-privada, atrair novas fontes de capital, facilitar o financiamento de projetos inovadores e promover o treinamento de talentos especializados", afirma o documento.

Com relação aos portos espaciais e à infraestrutura espacial, o projeto de lei se refere ao fato de que o crescente interesse em estabelecer instalações de lançamento e monitoramento deve ser reforçado pelo desenvolvimento de regras específicas para apoiá-lo.

"A falta de regulamentação gera incerteza para investidores e administrações, apesar do fato de que a Estratégia Nacional de Segurança Aeroespacial já identifica o acesso ao espaço como uma capacidade estratégica que deve ser adquirida, protegida e sustentada ao longo do tempo", afirma o texto.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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