Publicado 11/03/2025 08:55

A Sociedade Espanhola do Sono recomenda o treinamento de especialistas em patologia do sono e promoção do sono.

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MADRID 11 mar. (EUROPA PRESS) -

A neurofisiologista clínica Ana Teijeira, porta-voz da Sociedade Espanhola do Sono (SES) para o Dia Mundial do Sono, pediu a educação e o treinamento de especialistas em saúde nas patologias do sono e na promoção do sono para garantir que a população durma bem e prevenir doenças relacionadas.

A formação de profissionais de saúde neste país sobre o sono é praticamente inexistente em nível universitário e muito pobre em nível hospitalar", disse Teijeira na terça-feira em uma coletiva de imprensa realizada pela SES e pela Associação Espanhola de Pediatria por ocasião do Dia Mundial do Sono, que está sendo comemorado nesta sexta-feira sob o slogan "Tornando a saúde do sono uma prioridade".

De acordo com Teijeira, atualmente, a abordagem dos distúrbios do sono na Espanha é "muito variável", dependendo do hospital a que se vai, de modo que há pacientes que podem passar décadas sem serem tratados, por isso ele pediu apoio acadêmico e ministerial para que os profissionais possam ter unidades específicas de sono em seus centros.

"As unidades de sono em nível nacional são bastante heterogêneas, ou seja, há um problema, pois não há uma área de formação em medicina do sono, não temos o apoio que precisamos dos órgãos oficiais para poder ter unidades de sono em todos os hospitais e grandes centros médicos", disse o especialista, acrescentando que na maioria dos hospitais terciários elas existem.

A Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR) e a SES têm cerca de 130 unidades de sono credenciadas no país, embora a SES tenha especificado que há mais em operação, que funcionam "bem", embora não sejam credenciadas.

O especialista também lamentou que não exista um Plano Nacional para a promoção da saúde do sono e pediu aos órgãos oficiais e ao Governo que apoiem campanhas para explicar à população a importância do sono em todas as fases da vida e que tentem desenvolver políticas de emprego e educação nesse sentido.

"Precisamos falar sobre o sono em nosso país e precisamos falar sobre o impacto dos maus hábitos que estamos gerando em termos de sono e de todas essas doenças que são evitáveis e que também têm um grande impacto na economia social e de saúde na Espanha", disse Teijeira, fazendo um apelo ao Ministério da Saúde.

UM EM CADA CINCO ESPANHÓIS SOFRE DE UM DISTÚRBIO DO SONO

As alegações da Sociedade Espanhola do Sono são baseadas em evidências científicas sobre os problemas de sono existentes no país. "Um em cada cinco espanhóis sofre de um distúrbio do sono ou dorme mal; até 35% da população pode sofrer de insônia ocasional e a prevalência de insônia crônica é de 15%", destacou o neurofisiologista.

Ela também discutiu outras doenças, como a apneia obstrutiva do sono, que afeta 25% da população; a síndrome das pernas inquietas, que afeta dois milhões de pessoas; e outras doenças menos conhecidas, como a narcolepsia, que não é muito prevalente, mas tem um grande impacto na qualidade de vida.

De acordo com Teijeira, a população não dá "a devida importância" ao sono e tende a priorizar outras atividades de trabalho ou lazer. Ele destacou os hábitos de vida que predominam na Espanha, onde é comum jantar tarde, assistir a programas de televisão prolongados ou estender as horas de lazer até as primeiras horas da manhã.

Como ele disse, os efeitos a curto prazo da falta ou do pouco sono vão desde o cansaço, a irritação ou o aumento do risco de sofrer um acidente de trânsito ou de trabalho, mas ele alertou que, a longo prazo, a falta de sono pode levar a "doenças sistêmicas graves", como hipertensão, diabetes, obesidade, certos tipos de câncer e alterações de humor.

A esse respeito, ele acrescentou que uma pessoa que dorme mal de forma crônica tem até 50% mais chances de desenvolver um transtorno depressivo ou de ansiedade crônico.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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