MADRID 16 set. (EUROPA PRESS) -
Trabalhadores do Sistema Nacional de Saúde (SNS) se reuniram nesta terça-feira, convocados pelos sindicatos da Área de Negociação (SATSE, SATSE-FSES, FSS-CCOO, UGT e CIG-Saúde), em centros de saúde de toda a Espanha para mostrar sua rejeição à atual redação do Estatuto Marco e exigir que o Ministério da Saúde continue as negociações e envolva outros ministérios competentes.
Isso foi expresso pelos porta-vozes dos diversos sindicatos durante a manifestação em Madri, que ocorreu em frente ao Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, onde dezenas de pessoas se mobilizaram sob o slogan "Um Estatuto para avançar" e gritando palavras de ordem como "35 horas já", "classificação com remuneração", "aposentadoria sem restrições", "Estatuto Marco já" e gritos de "onde está o ministro".
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SATSE), Laura Villaseñor, pediu ao Ministério da Saúde que não encerrasse as negociações "unilateralmente", pois há quase três anos eles se reúnem para renovar o texto que estabelece as condições de trabalho dos profissionais de saúde, que não é atualizado desde 2003.
"Queremos continuar negociando, queremos continuar defendendo os interesses dos profissionais do sistema e da saúde pública", enfatizou Villaseñor em declarações à mídia.
Os sindicatos reiteraram em várias ocasiões quais são suas "linhas vermelhas", ressaltando que a minuta atual não atende às condições necessárias. Para eles, são "irrenunciáveis" o reconhecimento da remuneração vinculada à nova classificação profissional; o direito à aposentadoria voluntária, seja ela antecipada ou parcial; a generalização da jornada de trabalho de 35 horas semanais; o reconhecimento da sobreposição da jornada de trabalho para garantir a continuidade do atendimento; e a melhoria da organização da jornada de trabalho, tanto ordinária quanto complementar.
"Todas essas coisas não podem ser engavetadas pelo Ministro da Saúde, alterando unilateralmente as sessões de negociação que já foram acordadas em julho (...) Não podemos permitir que isso seja paralisado por capricho do Ministério", insistiu Humberto Muñoz, Secretário Geral da Federação dos Setores de Saúde e Assistência Social e de Saúde de Comisiones Obreras, por sua vez.
Para o presidente do setor de saúde nacional da CSIF, Fernando Hontangas, o Estatuto Marco é uma "oportunidade única" para "consertar a saúde" e para que não haja déficits em momentos de alta pressão de atendimento, como acontece durante a temporada de gripe.
"Neste inverno vamos ver isso, quando a gripe chegar de novo vamos ter déficit de pessoal porque não há gente suficiente, há profissões que estão com falta de pessoal porque as condições não são atrativas", lamentou.
AÇÃO CONJUNTA DO GOVERNO
Os porta-vozes das organizações sindicais concordaram que algumas de suas reivindicações exigem o envolvimento de outros ministérios, para os quais eles pediram uma "ação conjunta e coordenada do governo".
"Sabemos que há certos pontos que não são exclusivos do Ministério da Saúde, mas que também envolvem outros ministérios, como o Ministério da Fazenda, o Serviço Público e a Previdência Social", explicou o secretário do setor de saúde da UGT.
Nessa linha, Laura Villaseñor detalhou que eles levaram essa demanda aos porta-vozes da Saúde dos partidos do governo, PSOE e Sumar, pedindo-lhes que se reúnam e cheguem a um acordo sobre o assunto. "Não pode ser que estejamos jogando nosso peso ao redor, que a Ministra da Saúde diga que há coisas que não são de sua responsabilidade e que ela não pode entrar no assunto, então ela fala com a pessoa que tem que consertá-lo", disse ela.
Na mesma linha, os diferentes sindicatos apontaram que a convocação do Fórum do Quadro pelo Ministério da Saúde, que também reuniria as comunidades autônomas, não os satisfaz porque é um espaço de diálogo e não de negociação.
"Se o Ministério insistir em levá-lo diretamente a fóruns onde não há negociação, essas organizações tomarão outras medidas muito mais contundentes para que o Ministério aceite negociar um Estatuto Marco por muitos anos", comentou o presidente do setor nacional de saúde da CSIF, Fernando Hontangas.
Hontangas lembrou à Europa Press que uma grande manifestação está planejada para o dia 1º de outubro no Ministério da Saúde. Nesse momento, ele informou que eles também têm um calendário de paralisações parciais e greves que ainda não tornarão público, enquanto aguardam a reação da Saúde.
De qualquer forma, o presidente do setor de saúde nacional da CSIF declarou que comparecerá se o Ministério convocar o Fórum de Enquadramento, com o objetivo de transmitir à ministra o que eles estão tentando dizer por meio dessas mobilizações.
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