MADRID 5 mar. (EUROPA PRESS) -
De acordo com um novo estudo, o uso do sexo para controlar a tensão social remonta a mais de seis milhões de anos, quando o ancestral comum dos humanos era um macaco.
Pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade de Durham compararam o comportamento sexual de bonobos e chimpanzés que vivem em redutos selvagens durante momentos de estresse social (como após uma briga ou antes de uma competição de alimentação). Seu objetivo era entender se o uso do sexo para aliviar a tensão social é uma característica comportamental comum entre as duas espécies irmãs.
Sabe-se que os bonobos usam regularmente o sexo para resolver disputas e reparar laços sociais. Entretanto, o papel do sexo na sociedade dos chimpanzés ainda não foi bem compreendido.
UMA JANELA PARA O PASSADO
A equipe descobriu que tanto os bonobos quanto os chimpanzés usavam o sexo de forma semelhante para aliviar a tensão e reafirmar os laços sociais antes da alimentação. Os bonobos também tendiam a fazer mais sexo após brigas para reparar as relações sociais.
Entretanto, os chimpanzés podem ser mais propensos a usar outros comportamentos, como beijar o corpo, após um desentendimento.
A idade não influenciou o comportamento sexual após a briga em nenhuma das espécies. Entretanto, os macacos mais velhos eram mais propensos a iniciar o sexo antes da alimentação, sugerindo que esse pode ser um comportamento aprendido que é transmitido ao longo do tempo.
Os pesquisadores também observaram que as bonobos fêmeas e os chimpanzés machos tinham maior probabilidade de iniciar o sexo antes da alimentação, mas em ambas as espécies o sexo ocorria em combinações hetero e homossexuais.
As descobertas oferecem uma janela fascinante para o nosso passado evolutivo, apoiando a ideia de que o uso do sexo para fins sociais remonta ao ancestral comum que os humanos compartilham com os macacos, há mais de seis milhões de anos.
"Esta é a primeira comparação direta do comportamento sexual em bonobos e chimpanzés, nossos dois primos mais próximos. O fato de ambas as espécies usarem o sexo dessa forma oferece uma janela fascinante para o passado, demonstrando ainda mais que, para humanos, bonobos e chimpanzés, o uso do sexo para fins sociais é algo que herdamos de nosso ancestral comum", disse Jake Brooker, pesquisador de pós-doutorado e coautor do estudo, em um comunicado.
O estudo foi realizado em dois santuários de grandes símios africanos: o santuário de bonobos Lola ya, na República Democrática do Congo, e o orfanato de vida selvagem Chimfunshi, na Zâmbia. No total, foram feitas mais de 1.400 horas de observações envolvendo 53 bonobos e 75 chimpanzés durante sete meses.
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