MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -
A Comissão de Saúde e Assuntos Sociais da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE) promoveu um decálogo de princípios que pretende servir como um "roteiro" para "contribuir para a melhoria" da saúde na Espanha a partir de uma abordagem ética e da colaboração público-privada.
Nesses termos, o presidente da Comissão, Carlos Rus, definiu a "Declaração de princípios do setor empresarial da saúde e da saúde social", apresentada nesta terça-feira e à qual aderiram cerca de vinte das organizações que compõem o setor, que contribui com 9,5% do PIB nacional e com pouco mais de 1,2 milhão de trabalhadores empregados.
Ele alertou que o país está enfrentando atualmente desafios "enormes" na área da saúde e que o trabalho de "todos" os elos da cadeia de saúde é "essencial". "Nosso tempo é o tempo da cooperação, da soma de capacidades e sinergias. E essa integração deve se basear em fundamentos morais e éticos compartilhados e assumidos por todos", destacou.
Nesse contexto, o documento compartilhado pela CEOE se baseia em dois princípios fundamentais: a ética como "eixo" de ação, a fim de oferecer excelência com critérios de equidade, responsabilidade e respeito ao paciente; e a colaboração público-privada como "ferramenta fundamental" para garantir o acesso universal à saúde de qualidade.
"Não estamos falando em substituir o público pelo privado, nem vice-versa. Estamos falando de complementaridade, eficiência, aproveitamento de sinergias, alinhamento de esforços para o benefício de todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis", disse Rus sobre a ideia de colaboração público-privada.
UMA ESTRUTURA QUE "OBRIGA
Por sua vez, o coordenador geral do grupo de trabalho responsável por essa declaração, Ricardo Lorenzo, enfatizou que esse documento não é simbólico ou decorativo, mas estabelece uma estrutura que "obriga" e é viva, pois visa reunir todos os agentes envolvidos em uma "plataforma de encontro, melhoria contínua e diálogo". Ao mesmo tempo, ele detalhou que o texto integra o que já está sendo bem feito.
"Cada princípio contido nesta declaração foi concebido para ser aplicado. Estamos falando de princípios como confiança, veracidade, interesse dos pacientes, responsabilidade ambiental ou compromisso com o estado de bem-estar. E eles não estão redigidos em termos genéricos. Eles são acompanhados de exemplos, de códigos de ética já em vigor, de guias práticos para sistemas de autorregulação e de experiências reais do próprio setor, que mostrou que pode liderar", disse Lorenzo.
Dessa forma, o coordenador do documento enfatizou que os princípios coletados devem ser convertidos "em decisões, em políticas, em critérios de gestão, em comunicação clara, em aliança real" para que se possa fazer uma frente "comum" diante dos desafios demográficos, ambientais e sociais.
Entre os princípios incluídos no texto, Lorenzo quis destacar os princípios de confiança, rigor, veracidade e interesse dos pacientes, ressaltando que esses são quatro parâmetros importantes, mas que cada um dos outros tem sua própria linha e relevância.
A cerimônia de encerramento contou com a presença do presidente da CEOE, Antonio Garamendi, que saudou a elaboração da declaração como uma "necessidade" diante das "ameaças" que se escondem no setor de saúde.
Garamendi defendeu o valor proporcionado pela saúde privada, aludindo a dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que indicam que 30% dos gastos com saúde são privados; a indústria farmacêutica contribui com 27.000 milhões em valor agregado; 350.000 funcionários dependem do setor; e que 56% dos hospitais são privados, entre outros.
Nesse sentido, ele defendeu o papel da saúde privada na economia econômica das contas públicas, em pesquisa e desenvolvimento. "Essa é a parte que não é levada em conta quando se diz que o setor público pode gerenciar tanto, mas eles não estão cientes do que o setor privado está realmente economizando para o setor público", disse ele.
"Todos esses princípios no setor de saúde mostram que as empresas e os empresários deste país são pessoas sérias e valorizam o que somos e não o que dizem", acrescentou.
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