VALÊNCIA 30 dez. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe da Universitat Politècnica de València (UPV) liderou o desenvolvimento de um novo sensor capaz de detectar com muita rapidez e facilidade a escopolamina, uma das substâncias mais usadas em crimes de submissão química, especialmente em agressões sexuais.
"A escopolamina é uma substância difícil de ser detectada por métodos convencionais, especialmente quando encontrada em bebidas. Por essa razão, nosso grupo no Instituto IDM da UPV se propôs a desenvolver novas ferramentas simples que nos permitissem alertar imediatamente sobre sua presença", disse Vicente Martí Centelles, pesquisador do Instituto Interuniversitário de Reconhecimento Molecular e Desenvolvimento Tecnológico (IDM) da UPV, à Europa Press Television.
O sensor funciona de maneira muito simples: quando a droga entra em contato com o sensor, ocorre uma reação que libera uma substância fluorescente. Essa liberação gera um sinal luminoso muito claro, cuja intensidade também é proporcional à quantidade de escopolamina.
"Quanto mais escopolamina houver, mais fluorescente será o sinal, o que permite não apenas detectar sua presença, mas também estimar sua quantidade. E tudo isso em menos de cinco minutos. Além disso, o sistema não requer equipamentos complexos nem pessoal altamente especializado, o que facilita seu uso potencial em ambientes policiais, forenses ou de controle preventivo", diz o pesquisador da UPV.
UMA 'CAIXA MOLECULAR
O sensor desenvolvido pelos pesquisadores da UPV é baseado em uma "caixa molecular", uma estrutura química projetada para reconhecer e capturar moléculas específicas. Nesse caso, a caixa molecular foi projetada para interagir com a escopolamina e prendê-la de forma altamente seletiva.
Um dos aspectos mais inovadores do sistema é a sofisticação de seu projeto químico. A caixa molecular adota um arranjo exclusivo que é fundamental para que o processo de detecção de drogas funcione com alta precisão. "Isso é o que permite que nosso sensor detecte quantidades muito baixas de drogas e é especialmente útil para a análise rápida de substâncias suspeitas, tanto em contextos preventivos quanto após uma possível agressão", diz o pesquisador da UPV Giovanni Montà-González.
"Até agora, esse tipo de sistema nunca havia sido usado para esse fim, portanto, é uma novidade científica para abordar um problema social que está aumentando muito e que, infelizmente, é a submissão química", detalhou Montà-González, que ressalta que esse é o primeiro passo para usar esses sistemas "efetivamente" e que poderia ser aplicado a amostras reais, como em bebidas ou em outras condições.
Esse grupo de pesquisa, que se concentra no desenvolvimento de sistemas para a detecção de drogas de submissão química, diz que seu objetivo é detectar esse tipo de droga em bebidas para evitar que "alguém coloque escopolamina em sua bebida e a contamine".
"O objetivo é ter as ferramentas mais avançadas para detectar drogas como a escopolamina ou outras novas drogas que possam surgir. Vamos trabalhar nesses projetos e isso nos permitirá ter sistemas de detecção para evitar crimes de agressão sexual", enfatizou Vicente Martí.
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