Solicita planos de preparação com foco em cuidados primários e zoonoses
MADRID, 27 dez. (EUROPA PRESS) -
A Sociedade Espanhola de Medicina Familiar e Comunitária (semFYC) destacou neste sábado, por ocasião do Dia Internacional de Preparação para Epidemias, a importância de fortalecer a vigilância sanitária, a preparação do sistema de saúde e a detecção precoce de doenças emergentes, especialmente em populações de risco.
A preparação e a vigilância precoce são "essenciais" para detectar surtos antes que eles se transformem em crises de saúde, diz o especialista em Medicina Familiar e Comunitária e porta-voz do Grupo de Trabalho sobre Doenças Infecciosas do semFYC, Dr. Javier Arranz, que adverte que elas também são importantes para que "os profissionais tenham critérios claros de ação e estruturas de coordenação que facilitem decisões rápidas e bem fundamentadas".
No campo da atenção primária, eles apontam que os planos de preparação devem incluir duas linhas de ação prioritárias. A primeira deve se concentrar na vigilância de populações em risco de exposição a zoonoses, incorporando na anamnese a atividade laboral ou o ambiente daqueles que trabalham ou vivem em fazendas, bem como o registro dessas informações na história clínica para favorecer a detecção precoce de possíveis surtos.
A segunda linha aponta para a necessidade de treinamento específico para as equipes de Atenção Primária, especialmente naqueles centros localizados em áreas próximas a fazendas de gado, com o objetivo de melhorar a identificação precoce de patologias emergentes. "Muitas dessas patologias podem se apresentar inicialmente como doenças raras e, se não houver treinamento adequado, podem escapar do diagnóstico de rotina. Por isso é tão importante aumentar a conscientização e fornecer aos profissionais ferramentas atualizadas para reconhecer os primeiros sinais e agir rapidamente", diz Arranz.
No contexto atual, em que coexistem ameaças de diferentes naturezas - como a gripe aviária, o vírus H7 nas regiões asiáticas ou o aumento sustentado dos casos de dengue -, eles destacam que é "essencial reforçar as informações destinadas ao público".
"A informação clara e o autocuidado são ferramentas fundamentais para que os cidadãos possam reconhecer quando é necessário consultar e evitar exposições desnecessárias", conclui Javier Arranz. Esse especialista em Medicina de Família e Comunidade nos lembra que a ação responsável de cada pessoa contribui para limitar a propagação dessas doenças e proteger os grupos mais vulneráveis.
GRIPE AVIÁRIA, H7 OU DENGUE, EM DESTAQUE
A gripe aviária continua sendo uma das doenças atualmente sob vigilância rigorosa, especialmente por causa de sua capacidade de saltar entre espécies, um fenômeno conhecido como zoonose. De acordo com os dados mais recentes da UE, entre 6 de setembro e 28 de novembro de 2025, 2.896 detecções do vírus HPAI foram registradas em aves selvagens em 29 países europeus, das quais 94 ocorreram na Espanha, números que excedem em muito os registros de anos anteriores.
Esse aumento é atribuído à presença de aves imunologicamente ingênuas - ou seja, aves que nunca foram expostas ao vírus - e à introdução de uma nova variante mais transmissível do vírus A(H5N1). Entretanto, não há evidências de transmissão contínua entre humanos, um pré-requisito para um risco real de pandemia.
O vírus H7, altamente contagioso e clinicamente grave, ainda está ativo em determinadas regiões da China, onde as fazendas e as rotas de aves migratórias coincidem. Os especialistas ressaltam que a transmissão contínua de pessoa para pessoa exigiria um grande salto genético.
Quanto à dengue, apesar de sua alta transmissão vetorial, ela não é considerada uma ameaça de pandemia global. Na Espanha, os casos atingiram números recordes nos últimos três anos, com 1.119 casos registrados em 2024, de acordo com o Centro Nacional de Epidemiologia do Instituto de Saúde Carlos III.
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