MADRID 9 maio (EUROPA PRESS) -
A Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (SEMERGEN) pediu nesta sexta-feira um aumento "real" do investimento em Atenção Primária, para enfrentar a "situação crítica" em que se encontra nas zonas rurais, afetada pela falta de médicos, falta de recursos, condições de trabalho adversas e falta de reconhecimento profissional.
Essa medida foi apresentada como parte da 'Declaração de Úbeda', um documento publicado na revista SEMERGEN 'Medicina de Familia', que analisa em profundidade os problemas da medicina nas áreas rurais e que serve como resposta à "profunda crise" pela qual esse campo está passando.
O texto propõe uma série de medidas estratégicas para "dignificar, fortalecer e garantir" a continuidade da assistência médica nessas áreas de difícil cobertura, além de garantir o acesso equitativo e universal à assistência médica, independentemente da localização geográfica dos pacientes.
A organização solicitou uma alocação orçamentária "proporcional" à importância da atenção primária no sistema de saúde.
Outra das medidas incluídas é melhorar as condições de trabalho e a remuneração dos médicos que trabalham nessas áreas, além de implementar planos de estabilização e desenvolvimento pessoal e oferecer facilidades para conciliar a vida profissional e pessoal.
A SEMERGEN também exigiu que os recursos e serviços de saúde estejam disponíveis para todos os cidadãos, independentemente de seu local de residência, o que significa garantir acesso igualitário a tratamento, testes de diagnóstico e medicamentos.
Para garantir uma abordagem abrangente e de qualidade no atendimento ao paciente nessas áreas, a organização apontou que é "fundamental" fornecer aos médicos rurais treinamento contínuo e ferramentas para fortalecer a colaboração com outros profissionais de saúde.
"O médico rural é uma figura essencial para manter a equidade e a acessibilidade no Sistema Nacional de Saúde. Depois de uma análise exaustiva dos problemas existentes, é necessário propor medidas que contribuam para melhorar a situação atual da prática profissional nesse ambiente, garantindo assim a mais alta qualidade de saúde para os cidadãos", disse o vice-presidente da SEMERGEN e um dos autores do texto, Dr. Rafael Micó.
Ele disse ainda que essa situação exige uma "resposta firme e coordenada" das administrações públicas, para que adotem políticas decisivas e sustentáveis que garantam serviços essenciais na Espanha rural, favorecendo seu desenvolvimento e interrompendo seu despovoamento.
"A Declaração de Úbeda é nosso roteiro para conseguir isso", acrescentou Micó, que insistiu que a falta de recursos e apoio institucional continua sendo uma "constante" para os médicos rurais, que enfrentam desafios como a falta de pessoal, a falta de infraestrutura adequada e a crescente demanda por atendimento.
Da mesma forma, ele denunciou o fato de que o foco nos últimos anos priorizou o atendimento hospitalar em detrimento do atendimento primário, considerando que os hospitais recebem "proporcionalmente" a maior parte dos recursos econômicos.
"O modelo adotado nos últimos anos tem se concentrado na atenção hospitalar, que recebe proporcionalmente a maior parte dos recursos econômicos, refletindo de forma concreta a real vontade política, além das declarações que destacam a importância fundamental da atenção primária. A atenção à saúde nas áreas rurais é a ponta de lança da crise na atenção primária", concluiu.
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