MADRID 21 nov. (EUROPA PRESS) -
A Sociedade Espanhola de Hematologia e Hemoterapia (SEHH) anunciou a criação de uma Comissão de Transformação Digital, com o objetivo de acelerar a adoção "ética e eficaz" da Inteligência Artificial (IA) em laboratórios, consultas e projetos de pesquisa hematológica na Espanha.
"Essa comissão será um espaço de reflexão e ação, onde os profissionais poderão compartilhar conhecimentos, avaliar ferramentas e liderar a transformação digital de forma segura e baseada em evidências", disseram os coordenadores do órgão.
Eles também expressaram sua esperança de que a IA ajudará a melhorar a qualidade do atendimento "sem perder a humanidade e a perspectiva clínica" que "caracteriza" sua especialidade.
O órgão será coordenado por Raúl Córdoba, membro do Conselho de Administração da SEHH; Sonia González e Adrián Mosquera, do Hospital Clínico Universitario de Santiago de Compostela; Lucrecia Yáñez, do Hospital Universitario Marqués de Valdecilla; Amparo Santamaría, do Hospital Universitario de Vinalopó; e Alberto Mussetti, do Instituto Catalán de Oncología.
Seus objetivos incluem o desenvolvimento de uma estratégia de digitalização abrangente que engloba a prática, o ensino e a pesquisa na área da saúde, e seus primeiros projetos incluem a criação de um repositório de ferramentas de IA validadas para aplicação em hematologia; o desenvolvimento de diretrizes de boas práticas para o uso clínico de algoritmos preditivos; a organização de programas de treinamento em cultura digital para médicos e equipes de saúde; e a colaboração com universidades e centros de tecnologia para promover a pesquisa aplicada em IA médica.
"Este trabalho deve começar por conhecer a nossa realidade", sublinharam os coordenadores, após o que referiram que os primeiros passos passam por mapear os serviços de hematologia em todo o país, de forma a identificar que projetos de transformação digital existem, que recursos tecnológicos estão disponíveis e quais as principais necessidades de formação.
Nesse sentido, consideraram que "só com uma imagem clara do ponto de partida" poderão desenhar um plano de desenvolvimento que responda à realidade dos hematologistas do país, sobretudo numa altura em que a IA já está a revolucionar a medicina "a todos os níveis", desde o diagnóstico molecular à gestão de dados clínicos e à previsão de riscos.
"As ferramentas tecnológicas estão mudando a forma como diagnosticamos e tratamos. Aqueles que não forem treinados em IA e novas tecnologias estarão em desvantagem profissional", enfatizaram.
Para garantir que essas novas tecnologias sejam colocadas a serviço do conhecimento médico e do bem-estar do paciente, os membros da comissão enfatizaram que seu uso deve ser orientado por critérios de equidade, transparência e ética, incorporando a perspectiva de gênero e a participação do paciente na concepção de soluções.
HEMATOBOT, A PRIMEIRA IA A SERVIÇO DO HEMATOLOGISTA
"A Inteligência Artificial já está transformando a hematologia. Nosso compromisso é liderar essa mudança com rigor, humanidade e visão estratégica", insistiram.
Entre essas ferramentas de IA a serem regulamentadas e harmonizadas está o HematoBot, o primeiro espaço de IA criado "por e para hematologistas", um assistente de conversação treinado com conhecimento médico especializado, capaz de oferecer suporte no diagnóstico, gerenciamento de complicações e acompanhamento do paciente.
"O HematoBot demonstra que a IA pode ser uma ferramenta útil, segura e complementar ao julgamento clínico do hematologista (...) Ele oferece informações atualizadas e revisadas por pares diretamente da mesa do médico, otimizando o tempo de consulta e melhorando a tomada de decisões clínicas", explicaram os especialistas da SEHH.
Essa ferramenta foi recentemente reconhecida no E-nnova Health Awards, organizado pelo 'Diario Médico' e pelo 'Correo Farmacéutico', na categoria de Telessaúde e e-learning, por sua contribuição ao treinamento médico e ao avanço da prática clínica digital.
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