MADRID 26 mar. (EUROPA PRESS) -
A Sociedade Espanhola de Endocrinologia e Nutrição (SEEN) e a Sociedade Espanhola de Diabetes (SED), em colaboração com outras associações de saúde, propuseram nesta quarta-feira ampliar a rede de Hospitais-Dia de Diabetes em toda a Espanha, a fim de melhorar o atendimento a esses pacientes e reduzir os custos de saúde associados às hospitalizações.
O documento apresentado, que conta com a colaboração da Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (SEMERGEN), do Conselho Geral de Associações Oficiais de Enfermagem da Espanha (CGE), da Sociedade Espanhola de Médicos Gerais e de Família (SEMG), da Federação Espanhola de Diabetes (FEDE) e com o aval da Sociedade Espanhola de Gestores de Saúde (SEDISA), aponta a necessidade de que todas as comunidades autônomas tenham esses centros, já que existe uma grande desigualdade em todo o território.
Os Hospitais-Dia de Diabetes têm a capacidade de oferecer um atendimento ambulatorial "integral, acessível e adaptado" à situação de cada paciente, e devem ser acompanhados por um sistema de atendimento ambulatorial que permita o acesso "imediato" e a comunicação bidirecional com os serviços de emergência, a atenção primária e as unidades hospitalares.
"A importância de implementar esses centros em nível nacional com horário de funcionamento ininterrupto de doze horas para oferecer atendimento rápido, personalizado e especializado às pessoas afetadas pelo diabetes mellitus com descompensação ou complicações agudas ou subagudas, reduzindo a pressão sobre a atenção primária, as especialidades hospitalares e os serviços de emergência", disse o presidente do SEEN, Ignacio Bernabéu, durante a apresentação da proposta.
ESSES CENTROS ESTÃO CONCENTRADOS DE FORMA DESIGUAL NA ESPANHA
Apesar de suas vantagens, Bernabéu lamentou que atualmente existam apenas 32 Hospitais-Dia de Diabetes integrados a hospitais, concentrados em algumas comunidades autônomas, enquanto outras não têm nenhum, apesar de 77% das comunidades autônomas consultadas terem enfatizado a importância de ter esses centros.
Por sua vez, o presidente da Fundação SEEN (FSEEN), Javier Escalada, explicou que não se trata de uma ferramenta do serviço de Endocrinologia, mas que se dedica a oferecer ações "rápidas, imediatas e eficazes" para os pacientes, ao mesmo tempo em que descarrega outros tipos de serviços.
"É surpreendente que eles não sejam mais difundidos. Os dados, embora escassos, apontam para o fato de que precisamos expandir essa rede de hospitais. As internações estão despencando em comparação com as demais", acrescentou.
O coordenador da Área de Diabetes do SEEN, Fernando Gómez Peralta, enfatizou que essas são "estruturas feitas por e para pacientes com diabetes", que podem evitar passar noites no hospital, melhorando a relação custo-benefício do atendimento, além de serem "mais curtas no tempo" e adaptadas a cada usuário, tudo em conexão com outros especialistas, de modo a reduzir os deslocamentos físicos.
A chefe do Serviço de Endocrinologia e Nutrição do Hospital Universitário Virgen Macarena (Sevilha) e diretora do Plano Integral de Diabetes da Andaluzia, María Asunción Martínez-Brocca, disse que esses centros devem ter canais que facilitem o acesso e equipes multidisciplinares lideradas por endocrinologistas e enfermeiros, apoiados por técnicos auxiliares de enfermagem ou administrativos.
Martínez-Brocca, que também é coordenadora do Grupo de Gestão de Saúde da SED, enfatizou que esses serviços também devem oferecer intervenções terapêuticas e educacionais para que as pessoas com diabetes possam enfrentar os diferentes desafios que enfrentam, como o início da insulinização, a estabilização em caso de colapso, o apoio precoce após a alta hospitalar ou a assistência a mulheres grávidas.
"O número total de profissionais envolvidos em um Hospital Dia de Diabetes deve permitir a continuidade do atendimento nos horários da manhã e da tarde, e a capacidade de responder à demanda da área de referência, que é variável, por isso o número de profissionais deve ser ajustado a esse volume", acrescentou.
Em relação a isso, a membro do Conselho Geral de Enfermagem (CGE), Elvira Pertega, enfatizou a necessidade de especialização em enfermagem voltada para o cuidado e atenção ao diabetes, algo em que a organização já está trabalhando em conjunto com o Ministério da Saúde.
O presidente da Federação Espanhola de Diabetes (FEDE), Antonio Lavado, acrescentou que seria igualmente importante contar com podólogos, nutricionistas e psicólogos, além de oferecer programas de exercícios físicos, para que funcionasse como uma unidade abrangente de diabetes.
"Os benefícios para o paciente seriam enormes. Achamos que é um salto em termos de melhoria para o paciente (...) É importante oferecer educação terapêutica em diabetes, o que reduziria os custos do sistema e melhoraria sua qualidade de vida. Este é o local ideal para treinar os pacientes", acrescentou.
O médico de família do Centro de Saúde San Blas, em Parla (Madri), e coordenador do Grupo de Trabalho de Diabetes, Endocrinologia e Metabolismo da SEMERGEN, Dr. Ezequiel Arranz, disse que a Atenção Primária também se beneficiaria desses centros, permitindo a "comunicação direta" com os serviços de Endocrinologia e, assim, ajudando a resolver questões relacionadas ao estabelecimento e ao gerenciamento do tratamento farmacológico.
Da mesma forma, essa comunicação permitirá a possibilidade de tratar complicações agudas que não ameaçam a vida, favorecendo a continuidade do atendimento e melhorando a coordenação em diferentes níveis, ajudando assim a aliviar a pressão sobre a Atenção Primária.
A IMPORTÂNCIA DOS GERENTES DE HOSPITAIS NA AMPLIAÇÃO DESSA REDE
O membro da SED, Dr. Francisco Pomares, enfatizou a importância de poder transmitir "essa proposta de valor" e "convencer" os gerentes de hospitais a expandir a rede de Hospitais Dia do Diabetes.
"Infelizmente, quando não tem um impacto muito marcante logo à partida, temos dificuldade em encontrar argumentos. Aqui temos que olhar para os indicadores de saúde. Menos complicações, menos internações, menos amputações...", disse.
Ele também destacou que as pessoas tratadas nesses centros estão mais satisfeitas com o atendimento que recebem e mais felizes com os resultados.
Em relação a isso, a representante da SEDISA, Patricia Alonso, afirmou que "eles não precisam ser convencidos", depois pediu que os ajudassem a tornar isso possível e compartilhou a opinião de outros especialistas sobre os benefícios dos Diabetes Day Hospitals.
Apesar disso, ela destacou que não é uma tarefa "fácil", pois é preciso encontrar a infraestrutura necessária, espaços físicos, melhorar os sistemas de informação e enfrentar o desafio da falta de profissionais no Sistema Nacional de Saúde (SNS).
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