MADRID, 24 nov. (EUROPA PRESS) -
O Dr. Julio Álvarez, do Hospital Geral Universitário de Valência e coordenador do grupo de trabalho sobre Obesidade Infantil e Adolescente da Sociedade Espanhola de Obesidade (SEEDO), destacou que, apesar de a obesidade infantil ter diminuído um pouco nos últimos anos, ela continua sendo um problema significativo de saúde pública, que "é especialmente preocupante nos ambientes mais vulneráveis".
Foi o que ele disse durante sua participação na Reunião Nacional da Sociedade Espanhola de Obesidade. Em uma sessão monográfica na qual foram abordadas questões essenciais sobre o manejo clínico da obesidade infantil e do adolescente, respondendo a perguntas específicas e críticas.
A obesidade é a doença crônica mais prevalente na infância e na adolescência na Espanha e em muitos países europeus. De acordo com o "Estudio ALADINO 2023", a prevalência de obesidade na população infantil espanhola de 6 a 9 anos de idade é de 15,9%. Esse resultado representa uma ligeira melhora em relação à edição anterior, em 2019, quando a obesidade atingiu 17,3%.
Além disso, o relatório revela que 36,1% das crianças em idade escolar analisadas estão acima do peso (a soma do sobrepeso e da obesidade), sendo que o sobrepeso está em 20,2%. Embora esses dados reflitam uma tendência positiva e uma redução geral do excesso de peso nas crianças espanholas, o estudo também alerta que a melhoria não é homogênea em todos os grupos sociais: nas famílias de baixa renda, a prevalência da obesidade infantil continua muito alta, permanecendo praticamente a mesma de 2011.
Nesse contexto, a especialista em Endocrinologia e Nutrição Pediátrica do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz (Madri), Amanda Fernández-Menéndez, indicou que a infância é um ponto crítico na luta contra a obesidade, pois "é quando os hábitos são criados e onde temos a maior capacidade de intervir de forma eficaz; se não agirmos lá, chegaremos tarde".
Uma mensagem fundamental oferecida é que a obesidade infantil "não é um problema individual, mas um problema de sistema", de acordo com Fernández-Menéndez, que garante que "para obter bons resultados, devemos nos concentrar em ambientes saudáveis, equipes profissionais completas e uma estratégia nacional sólida".
Nesse sentido, os profissionais de saúde que lidam com a obesidade infantil na Espanha desempenham um papel fundamental, mas precisam de apoio, principalmente para resolver urgentemente quatro déficits: ter tempo suficiente para o atendimento, ter equipes multidisciplinares reais, implementar protocolos unificados e ter acesso a treinamento específico em comportamento e apoio familiar.
"Temos profissionais altamente treinados e motivados, mas eles precisam de estrutura. Há espaço para uma melhoria real no tratamento da obesidade infantil, bastando fazer um esforço claro para fortalecer a atenção primária e integrar escola, família e comunidade", enfatizou Fernández-Menéndez.
Para esse especialista em Endocrinologia e Nutrição Pediátrica, "a maior ameaça é continuar trabalhando sozinho, sem tempo ou recursos suficientes, bem como a falta de envolvimento do meio ambiente e a crescente progressão da cronicidade, se não agirmos logo".
A título de exemplo, esse especialista explica como, muitas vezes, por trás de cada caso de obesidade infantil há famílias que estão tentando com todas as suas forças. "Como profissionais, também sentimos a responsabilidade de acompanhá-los sem deixá-los sozinhos nesse processo. Com apoio e estrutura suficientes, podemos fazer uma diferença real na vida dessas crianças que vivem com obesidade", explicou.
CONSULTAS E REDES SOCIAIS
Durante a conferência, também foi discutida a abordagem da obesidade por meio das redes sociais. Nesse sentido, Ana Carolina, nutricionista clínica da República Dominicana, enfatizou a necessidade de "autoridades de saúde e profissionais treinados e credenciados na área para preencher a lacuna de informações exigida pelos pacientes por meio dos canais sociais".
"A alta prevalência de consultas nas mídias sociais sobre nutrição e controle de peso pode ter um impacto negativo na saúde dos pacientes se não forem usadas fontes profissionais e devidamente validadas", disse Carolina.
Essa é a principal conclusão generalizada tirada de uma sessão científica que avaliou o papel dos influenciadores de mídia social versus influenciadores no controle da obesidade na América Latina (LATAM).
Como recomendações fundamentais a serem seguidas, eles indicam: promover a educação do paciente; impulsionar o papel das autoridades de saúde na orientação sobre onde obter informações relacionadas à obesidade, recomendando fontes validadas, e que as sociedades médicas e os profissionais líderes no conhecimento da obesidade comecem a ocupar mais espaço nessas redes sociais com informações certificadas.
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