BARCELONA 17 dez. (EUROPA PRESS) -
Um estudo envolvendo o Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais (Creaf) e o Instituto Ornitológico Catalão (ICO) descobriu que a seca e a abundância de chuvas são a "maior ameaça climática" para as aves no Mediterrâneo.
Publicado na revista 'Oikos', o estudo analisa, ao longo de 20 anos, o impacto de episódios climáticos extremos sobre a população de aves europeias e mostra que o impacto negativo das chuvas fortes "não se limita a esse território, mas causa um declínio nas aves em toda a Europa", informa o Creaf em um comunicado na quarta-feira.
Entre as razões que podem explicar esse impacto, os autores destacam que a seca aumenta a mortalidade de insetos, como lagartas de borboletas, e faz com que as plantas cresçam menos e produzam menos frutos e sementes, o que "tem um efeito cascata, pois as aves têm menos comida para alimentar seus filhotes e sua taxa de sobrevivência diminui".
No caso de chuvas fortes, que são cada vez mais frequentes no Mediterrâneo, elas quebram ninhos, podem causar a perda de ovos ou a morte de filhotes por resfriamento e, em situações extremas, como chuvas de granizo, também podem ferir os adultos.
O pesquisador do Creaf, coautor do estudo e presidente do Conselho Europeu do Censo de Aves, Sergi Herrando, diz que a diminuição das aves pode reduzir funções como a dispersão de sementes ou o controle de pragas de insetos; e outra descoberta é que o aumento da temperatura favorece as aves do norte da Europa, mas prejudica os migrantes de longa distância que chegam na primavera.
De acordo com a equipe, uma medida para ajudar as aves na região do Mediterrâneo durante os episódios de seca é restaurar a rede de pequenos lagos e pontos de água em geral ou construir novos: esses lagos "podem ter um efeito benéfico direto, permitindo que as aves bebam, e indireto, atraindo insetos", embora eles alertem que sua instalação deve evitar áreas de predação.
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