MADRID, 21 nov. (EUROPA PRESS) -
A presidente do Comitê de Anafilaxia da Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica (SEAIC), Victoria Cardona, alertou que nos últimos anos houve um aumento nos casos de anafilaxia, especialmente em crianças de 0 a 14 anos, nas quais as internações hospitalares por essa causa aumentaram 13 vezes entre 1998 e 2011.
De acordo com os estudos mais recentes, entre 3,2 e 30 casos de anafilaxia por 100.000 habitantes ocorrem todos os anos na Espanha, o que significa entre 1.600 e 14.000 casos de anafilaxia. No entanto, Cardona ressaltou que os números podem estar subestimados, levando em conta que um estudo do Departamento de Saúde de Elda em 2017 mostrou que apenas 20,6% dos casos chegaram aos departamentos de emergência dos hospitais.
No Dia Mundial da Anafilaxia, a SEAIC enfatizou a necessidade de conhecer, prevenir, tratar e educar adequadamente para saber como proceder diante de uma reação desse tipo, a manifestação alérgica mais grave que existe e que pode ser fatal, especialmente se não for tomada uma ação rápida. Por esse motivo, a empresa aderiu à campanha internacional promovida pela European Academy of Allergy & Clinical Immunology (EAACI), cujo lema é "Conheça os sinais, aja a tempo".
Diante da anafilaxia, o alergista é o especialista indicado para acompanhar os pacientes em risco ao longo de suas vidas. Seu treinamento permite que ele identifique causas comuns e menos comuns e planeje os testes diagnósticos mais adequados, desde exames de sangue e testes cutâneos até a exposição controlada ao alérgeno.
Nesse sentido, o Dr. Cardona enfatizou que o alergista atua como um detetive, pois é capaz de planejar testes diagnósticos com base nos dados do histórico clínico. Após identificar o fator desencadeante, ele orienta sobre como evitá-lo ou se é possível recorrer a vacinas ou outras estratégias de tolerância. Além disso, ele desempenha um papel educativo, ajudando pacientes e familiares a reconhecer os sinais de alerta e a usar o autoinjetor de adrenalina.
TREINAMENTO DE REFORÇO
No entanto, a SEAIC ressaltou que o manejo da anafilaxia não depende apenas do alergista e, portanto, solicitou o treinamento de todos os profissionais de saúde em nível universitário, com a inclusão da especialidade de alergologia nos currículos e a rotação de residentes em serviços de alergia, para que possam adquirir experiência prática no manejo da doença.
Nesse sentido, o presidente do Comitê de Enfermagem em Alergia da SEAIC, Valentín López, destacou o papel fundamental da enfermagem, pois ela participa da avaliação de risco de cada paciente, dos testes diagnósticos e da imunoterapia específica, monitorando as reações que o paciente pode apresentar e participando da educação em saúde dele e de sua família.
Por esse motivo, López insistiu na importância da coordenação entre alergistas e enfermeiros. "Enquanto o alergista atualiza os diagnósticos, prescreve tratamentos e ajusta os planos de ação, a enfermeira reforça essas indicações em cada consulta e supervisiona a aplicação correta das estratégias de prevenção e tratamento, garantindo um atendimento abrangente e centrado no paciente", explicou.
Nesse sentido, a SEAIC informou que está preparando uma posição sobre a ação autônoma do profissional de enfermagem em caso de suspeita de anafilaxia, que afirma que ele pode iniciar o tratamento de uma reação aguda, desde que haja um protocolo aprovado no centro.
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