Publicado 15/04/2025 06:04

A SATSE solicita ao governo que reembolse enfermeiros e fisioterapeutas por oito semanas de licença parental

Enfermeira grávida
SATSE

MADRID 15 abr. (EUROPA PRESS) -

O Sindicato dos Enfermeiros (SATSE) solicitou ao governo, na terça-feira, que cumpra a diretiva da UE sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal e reembolse os enfermeiros e fisioterapeutas que desejarem tirar oito semanas de licença parental, caso queiram fazer uso desse direito trabalhista.

A SATSE lembra que essa licença parental deve ser paga e deveria ter sido regulamentada desde agosto de 2024, o prazo para a transposição da Diretiva Europeia. O Governo avançou com a possibilidade de a incluir no Orçamento Geral do Estado de 2025, mas, até à data, continua a ser um "compromisso não cumprido", salienta.

O sindicato ressalta que a falta de regulamentação em alguns serviços de saúde e de remuneração vinculada à licença funciona como um desestímulo para o trabalhador, "que só encontra dificuldades na hora de solicitá-la e um prejuízo financeiro". Portanto, alega que esse direito não está cumprindo seu objetivo de ajudar as famílias a conciliar o trabalho e a atender melhor às necessidades das crianças de até 8 anos de idade.

Um direito que os tribunais já começaram a reconhecer em alguns casos, ressalta o SATSE. No caso do pessoal estatutário, em fevereiro, o Tribunal Administrativo número 1 de Cuenca proferiu a primeira decisão final na Espanha reconhecendo o direito de uma trabalhadora de desfrutar dessa licença parental de 8 semanas.

"Como o serviço de saúde lhe negou o direito por falta de desenvolvimento normativo e não lhe deu a oportunidade de gozar a licença solicitada, mesmo sem direito a remuneração, a profissional foi indenizada com o valor equivalente às 4 semanas de licença solicitadas", explicou o SATSE.

SANÇÃO

A organização sindical também lamenta que o fato de o governo não ter cumprido a Diretiva Europeia, que obrigava o desenvolvimento da licença parental remunerada de oito semanas, tenha gerado uma multa de sete milhões de euros para a Espanha.

O SATSE enfatiza o fato de que um governo, "que afirma defender e promover a conciliação da vida profissional e pessoal dos trabalhadores", não pode continuar "arrastando os pés" e deve alocar o investimento necessário para tornar realidade um direito que "poderia beneficiar muitos profissionais".

O sindicato salienta que os enfermeiros são um grupo que tem particular dificuldade em conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar devido às suas condições de trabalho (trabalho por turnos, trabalho noturno e trabalho em feriados, alterações imprevistas na jornada de trabalho devido a substituições e às necessidades do serviço).

Uma realidade de trabalho que, de acordo com o sindicato, obriga muitos profissionais a solicitarem redução da jornada de trabalho, licença não remunerada ou licença para cuidar dos filhos ou de um membro da família, o que acarreta uma perda salarial correspondente, conclui o sindicato.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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