MADRID 2 nov. (EUROPA PRESS) -
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia apontou no domingo a "falta de transparência" e a pressa com que considera que foi tratada a última resolução do Conselho de Segurança sobre o Saara Ocidental, que na sexta-feira endossou pela primeira vez o plano de autonomia marroquino como base para uma solução negociada para a disputa sobre a ex-colônia espanhola.
A Rússia justificou sua abstenção na votação da Resolução 2797, juntamente com a China e o Paquistão, "porque o processo de coordenação da resolução careceu de transparência e foi desnecessariamente acelerado, o que impossibilitou que todas as emendas fossem levadas em consideração", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
A resolução, proposta pelos EUA, também inclui uma renovação de um ano do mandato da Missão da ONU para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO).
Moscou enfatizou a "importância" da renovação da missão "para promover a estabilidade no Saara Ocidental e na região do Saara-Sahel". "A resolução sublinha a necessidade de se chegar a uma solução acordada e aceitável para as partes", sublinhou a Rússia, que reconhece o direito à autodeterminação "do povo da África Ocidental".
Moscou também expressa seu apoio aos esforços do enviado especial da ONU para o Saara Ocidental, Staffan de Mistura, "para alcançar uma solução justa, duradoura e mutuamente aceitável para a disputa de longa data no Saara Ocidental".
A antiga colônia espanhola do Saara Ocidental foi ocupada pelo Marrocos em 1975, apesar da resistência da Frente Polisário, com a qual esteve em guerra até 1991, quando os dois lados assinaram um cessar-fogo com o objetivo de realizar um referendo sobre autodeterminação. As diferenças sobre como o censo deve ser elaborado e se deve ou não incluir os colonos marroquinos impediram até agora a realização do referendo.
O último revés para os saharauis foi o apoio dos governos espanhol e francês ao plano de autonomia marroquino, uma mudança de posição descrita como uma traição pela Polisario, que também lembra que a Espanha ainda é "de jure" a potência administradora do Saara Ocidental. Os Estados Unidos também apoiam o plano de autonomia marroquino e, em 2020, Donald Trump assinou o reconhecimento da soberania marroquina sobre o território disputado.
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