Publicado 21/11/2025 11:12

Rushdie acusa Trump de "transformar o Partido Republicano em um culto" e o compara a uma criança

Ele diz que não se arrepende de ter escrito 'The Satanic Verses': "É um dos meus melhores livros".

O escritor Salman Rushdie discursa no fórum "Metafuturo", em 21 de novembro de 2025, em Barcelona, Catalunha (Espanha).  O fórum, organizado pela Atresmedia, reúne todos os tipos de personalidades das esferas social e política para discutir tópicos como
David Zorrakino - Europa Press

BARCELONA, 21 nov. (EUROPA PRESS) -

O escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "transformar o Partido Republicano em uma seita" que idolatra seu líder, e comparou o presidente a uma criança.

"Ele é como uma criança muito gorda e muito velha", disse nesta sexta-feira no fórum Metafuturo, organizado pela Atresmedia no CaixaForum Barcelona, em uma conversa com o jornalista Sonsoles Ónega, sob o título 'A vingança de viver (e escrever)'.

Rushdie criticou o fato de que Trump não é uma maneira de liderar um país e alertou sobre as consequências globais que ele está tendo, por exemplo, na guerra na Ucrânia: "Vai depender muito do que Trump pensa", alertou.

O escritor de "Os Versos Satânicos" garantiu que não se arrepende de tê-lo escrito, apesar da tentativa de assassinato que sofreu em 2022, quando foi esfaqueado durante uma apresentação no estado de Nova York, mais de 30 anos depois que o aiatolá Khomeini decretou uma fatwa contra ele após a publicação do livro.

"O que lamento é o que aconteceu, mas acho que é um dos meus melhores livros, tenho orgulho de tê-lo escrito", disse Rushdie, acrescentando que também se orgulha do fato de o romance ter sobrevivido aos ataques que sofreu após a publicação, pois havia gráficas que não queriam imprimi-lo, disse ele.

CENSURA E AUTOCENSURA

Ele disse que a censura cria um problema e advertiu que, historicamente e hoje, "a pressão mais importante da censura vem da direita, as forças conservadoras querem limitar o que é dito", e acrescentou que isso é algo que está acontecendo nos Estados Unidos, com a proibição de alguns livros nas escolas.

Ele também disse que se preocupa com o fato de os jovens escritores se censurarem por causa do politicamente correto e ressaltou que "existe essa visão de que é correto impedir certos tipos de discurso", e ele acredita que isso vem tanto do campo progressista quanto do conservador, o que, segundo ele, atrapalha o trabalho dos escritores.

"A receita é não dar a mínima. E a única maneira de combater restrições problemáticas é agir como se elas não estivessem lá, como se não existissem. Mas acho que é um momento difícil", disse Rushdie, que acrescentou que, se fosse um jovem escritor, teria esses discursos em sua cabeça, embora acredite que seria forte o suficiente para não se importar.

A IA É UMA "MÁQUINA DE PLÁGIO".

Sobre a irrupção da Inteligência Artificial no mundo da escrita, Rushdie garantiu que ela não representa uma ameaça à escrita criativa, porque não é original, e a descreveu como uma "enorme máquina de plágio".

No entanto, ele considera que a IA é perigosa na criação de imagens de vídeo que não são reais, mas que parecem reais, após o que ele alertou que o governo Trump "começou a publicar vídeos falsos como se fossem reais".

Perguntado sobre como ele avalia o novo prefeito de Nova York, Zohran Mamdani, ele brincou que tem uma opinião tendenciosa porque ele é amigo de sua mãe, e depois acrescentou que ele fez uma ótima campanha e valorizou positivamente o fato de que a participação nas eleições das novas gerações aumentou.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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