Publicado 15/04/2025 12:19

Rochas australianas revelam o papel da água na gênese continental

Estudo de campo de Georgetown Inlier
UNIVERSIDAD DE CURTIN

MADRID 15 abr. (EUROPA PRESS) -

A água desempenhou um papel muito mais importante do que se pensava na formação dos primeiros continentes da Terra, transformando a crosta primitiva e contribuindo para sua formação.

Em um artigo publicado na revista Communications Earth & Environment, a equipe de pesquisa liderada pela Curtin University estudou rochas de 1,6 bilhão de anos do Georgetown Inlier, no nordeste de Queensland (Austrália), onde se encontram alguns dos fragmentos de crosta continental mais bem preservados da Terra.

A pesquisadora principal, Dra. Silvia Volante, que concluiu a pesquisa na Curtin's School of Earth and Planetary Sciences, mas agora trabalha na ETH Zurich, na Suíça, disse que as descobertas podem redefinir nossa compreensão do papel da água na evolução inicial da Terra e sua importância na formação dos continentes que vemos hoje.

Nos primórdios do nosso planeta, rochas vulcânicas irromperam do fundo do oceano e foram alteradas pela água quente à medida que esfriavam e se solidificavam. Com o passar do tempo, essas rochas ricas em água foram enterradas profundamente na crosta terrestre, onde a introdução de água adicional fez com que elas derretessem parcialmente a temperaturas que variavam de 700°C a 750°C, explicou o Dr. Volante.

Ao analisar os níveis de oxigênio nas rochas, a equipe de pesquisa encontrou uma clara diferença entre as rochas vulcânicas originais e as rochas graníticas nas quais elas foram transformadas, sugerindo uma fonte adicional de água proveniente das profundezas do manto terrestre.

As duas fontes de água que formaram as rochas da crosta continental - uma proveniente das próprias rochas vulcânicas e, o que é ainda mais surpreendente, também das profundezas da Terra - provocaram uma reação em cadeia de derretimento que durou milhões de anos e contribuiu para a formação dos blocos de construção dos continentes que habitamos hoje.

REGISTRO EXCEPCIONAL

O Professor Emérito Zheng Xiang Li, também da Curtin's School of Earth and Planetary Sciences, disse que a equipe teve a sorte de poder estudar as rochas antigas da Austrália, que fornecem um registro único e bem preservado da formação da Terra.

Tivemos a incrível oportunidade", disse ele em um comunicado, "de trabalhar em lugares únicos como Georgetown Inlier, um dos poucos lugares do mundo onde podemos ver todos os estágios da formação da crosta continental presos em rochas de bilhões de anos".

Nosso próximo passo é investigar se processos semelhantes de fusão hidratada ocorreram em fragmentos de crosta ainda mais antigos. Encontrar mais exemplos bem preservados ajudará a demonstrar a importância do movimento da água no manto da Terra na formação da paisagem primitiva do nosso planeta.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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