MADRID 9 jun. (EUROPA PRESS) -
A psiquiatra do Hospital Vall d'Hebron, em Barcelona, Lara Grau, declarou, durante sua participação no 27º Congresso da Sociedade Espanhola de Patologia Dual, que "é essencial" abordar o problema sofrido pelos pacientes com patologia dual que têm insônia, pois eles apresentam maior gravidade em seu vício e em sua outra patologia psiquiátrica.
De acordo com evidências científicas, os pacientes com patologia dupla têm uma alta incidência de insônia, que varia de 50% a 80%, dependendo da substância principal da dependência. Além disso, a insônia também está associada a uma maior probabilidade de recaída e descompensação psiquiátrica.
Por um lado, a insônia predispõe a vícios e outras doenças de saúde mental, levando ao desenvolvimento de patologia dupla. Por outro lado, a maioria das patologias psiquiátricas está associada à insônia.
Nesse sentido, o psiquiatra explicou que "esse círculo pode ser quebrado incentivando a abstinência do uso de substâncias e realizando o tratamento adequado tanto para as patologias psiquiátricas quanto para o transtorno de insônia".
Para isso, a médica afirmou que as evidências científicas indicam que o tratamento mais eficaz para a insônia em todas as patologias é a psicoterapia cognitivo-comportamental. No entanto, ela ressaltou que, em pacientes duais que apresentam maior gravidade, o uso de medicamentos muitas vezes deve ser adicionado a essa terapia.
"Atualmente, os antagonistas dos receptores duplos de orexina (DORA) são uma alternativa terapêutica muito eficaz para a insônia", disse Grau. As orexinas são moléculas produzidas por alguns milhares de neurônios no hipotálamo que são essenciais para a estabilidade do ciclo vigília-sono.
Nessa linha, Luis de Lecea, professor de psiquiatria da Universidade de Stanford, explicou que "na insônia, o cérebro não processa bem quando precisa dormir. Se bloquearmos a atividade dos neurônios que produzem hipocretina, aumentaremos a probabilidade de que os circuitos cerebrais processem essas informações corretamente.
De acordo com o especialista, isso também pode ter um impacto na saúde mental. "A falta de sono está ligada a praticamente todos os transtornos neuropsiquiátricos. É por isso que os antagonistas dos receptores de orexina são bons candidatos para reduzir a atividade dopaminérgica, que é frequentemente elevada em transtornos de ansiedade e abuso de substâncias", disse de Lecea.
Por fim, o especialista enfatizou que os DORAs são muito mais eficazes no tratamento da insônia do que as drogas Z ou os benzodiazepínicos. "Esses medicamentos são bastante eficazes na redução da latência do sono, mas são muito inespecíficos; eles agem em receptores cerebrais que inibem a transmissão sináptica em muitas partes do cérebro. Os antagonistas do receptor de orexina, por outro lado, são muito mais seletivos em termos de onde atuam", conclui.
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