MD ANDERSON CANCER CENTER MADRID–HOSPITEN
MADRID 19 dez. (EUROPA PRESS) -
A psico-oncologista Maria Isabel González Fernández, do MD Anderson Cancer Center Madrid-Hospiten, recomendou nesta sexta-feira a adoção de uma abordagem "realista e compassiva" para que os pacientes com câncer enfrentem o Natal, uma época que pode ter aspectos "desafiadores" devido à intensidade emocional do processo de câncer, que contrasta com o "entusiasmo" dessas datas.
Esse choque pode levar a um sentimento de "desconexão" ou "culpa" no próprio paciente, pois a pressão para "estar bem" e a "exigência" de estar alegre podem levar a uma sobrecarga emocional que torna invisíveis as necessidades reais da pessoa.
"É importante que o paciente possa verbalizar como se sente e orientar seu ambiente para adaptar seus planos para esses dias de acordo com seu estado, criando, por exemplo, comemorações mais íntimas ou menos exigentes", disse González.
Para muitos pacientes, o Natal é uma época cheia de melancolia devido ao desejo de manter um certo grau de normalidade e ao medo de ser um fardo, e é por isso que o especialista destacou a importância de manter uma comunicação bilateral, para que o paciente e seu ambiente possam fortalecer os laços e se divertir juntos.
Ela também recomendou que não se tente reproduzir situações passadas e que se adapte a essa nova situação, já que as reuniões de Natal envolvem uma série de situações sociais que implicam um esforço maior por parte do paciente para parecer normal, o que pode se tornar uma fonte de "autoexigência e culpa", especialmente se seu estado emocional não estiver de acordo com isso.
Na verdade, às vezes eles podem se tornar "protagonistas involuntários" dessas comemorações devido à sua situação, e é por isso que é "importante" descentralizar o câncer na conversa e permitir que o próprio paciente decida se deseja ou não falar sobre isso.
NÃO BUSQUE A PERFEIÇÃO
O psico-oncologista disse que as redes sociais costumam estar cheias de conteúdo que projeta uma "imagem ideal de felicidade perfeita", o que pode deixar o paciente desconfortável e criar dissonância por causa do que ele está vivenciando.
Por esse motivo, ela aconselhou que cada pessoa deve fazer um consumo consciente, avaliar qual conteúdo é bom para ela e limitar as fontes que geram desconforto, e pediu que ela tivesse em mente que, embora haja cada vez mais referências oncológicas que mostram como enfrentam a doença, o que é uma visibilidade "positiva" e uma normalização da doença, para alguns pacientes isso os conecta com uma pressão devido à sua própria competência.
"Atualmente, há muitas informações sobre autocuidado para pacientes com câncer em relação a dieta, exercícios ou repouso, que, embora precisas, às vezes são recebidas pelo paciente como uma pressão adicional. Durante a época de festas, é ainda mais necessário tornar as recomendações mais flexíveis e não buscar a perfeição. O câncer deve ser incluído no processo de tomada de decisão, mas não deve estar no centro dessas decisões", disse González.
Para criar um ambiente natalino mais simples, o especialista recomendou a criação de rituais "simples e gerenciáveis", sem buscar um Natal "perfeito", para o qual as pessoas ao redor do paciente são "essenciais".
Nesse sentido, ela convidou a perguntar o que o paciente precisa, permitindo que ele decida seu nível de participação e respeitando seus limites, favorecendo um acompanhamento respeitoso e sem buscar a perfeição.
"Se você planeja algo, deve ser flexível e evitar que se torne uma obrigação. Você deve ter um olhar compassivo, que não tem nada a ver com pena, mas com conhecer a si mesmo, conectar-se com o sentimento em cada momento e com suas necessidades, e comunicá-las de forma honesta", concluiu González.
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