MADRID 4 mar. (EUROPA PRESS) -
A Associação Proyecto Hombre lançou nesta terça-feira uma campanha para conscientizar sobre o perfil das mulheres que estão superando o vício sob o slogan 'YoHeHeEstadoAhí' (Eu estive lá), uma iniciativa que inclui depoimentos em formato de podcast de mulheres que compartilharão suas experiências.
Essa campanha, lançada por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que é comemorado neste sábado, foi realizada levando em conta os dados do Observatório Proyecto Hombre, que mostram que apenas 18,6% das pessoas que procuram o Proyecto Hombre são mulheres, com uma média de idade de 41,8 anos.
O consumo problemático de álcool predomina em 47,3% dos casos, seguido pela cocaína (28,1%); 11,6% vivem sozinhas com seus filhos e têm maior incidência, em comparação com os homens, de problemas de saúde emocional e mental, números que "refletem uma realidade que afeta todas as áreas da vida", e não apenas em relação ao seu consumo.
"As mulheres são mais lentas para buscar ajuda, muitas vezes por medo do estigma ou de perder a guarda dos filhos. Isso aumenta sua vulnerabilidade e dificulta o acesso ao tratamento adequado. Romper esse ciclo é uma responsabilidade coletiva. É essencial garantir recursos adaptados às suas necessidades e uma sociedade que as apoie, não que as julgue", enfatizou o presidente do Proyecto Hombre, Manuel Muiños.
A organização tem programas para atender às necessidades das mulheres, trabalhando em aspectos como gerenciamento emocional, autoestima e superação de relações de dependência, oferecendo espaços que se adaptam a seus horários e responsabilidades, além de oferecer atenção personalizada.
"A perspectiva de gênero não é um modismo, é uma necessidade. Muitas mulheres escondem seu uso por medo do estigma e de perder a guarda de seus filhos. Essa campanha tem como objetivo fazer com que elas saibam que não estão sozinhas, que no Proyecto Hombre elas encontrarão apoio e acompanhamento", declarou Elena Presencio, diretora geral da Associação Proyecto Hombre.
A associação enfatizou que "é vital refletir sobre como o gênero e os vícios estão interligados, gerando desigualdades que somente uma abordagem abrangente pode reverter", especialmente em vista da 8M, e que os verbos "tornar visível, acompanhar e capacitar" são "fundamentais para mudar a narrativa de milhares de mulheres".
Uma das mulheres que participaram desses podcasts, Raquel, reconheceu que tem um "problema sério com álcool" e que recentemente teve uma recaída.
"Graças ao meu grupo de apoio Frida, do qual faço parte desde maio, eles me ajudaram a enfrentar a situação, já que eu estava no fundo do poço, sem conseguir sair de casa, e graças a eles pude sair novamente e levar minha filha à escola de cabeça erguida, sem ter que me envergonhar de nada", disse ela.
Nesse sentido, ela insistiu que esse grupo de apoio é "indispensável" em sua vida e que, sem ele, "sua reabilitação não seria possível".
Outra participante, Yolanda, explicou que seu principal vício é a cocaína, embora ela também abuse de benzodiazepínicos.
"Estou aqui há quatro meses e realmente me sinto liberada e capaz de deixar o mundo do consumo para trás. Quando cheguei, estava completamente derrotada e me senti amada, protegida e apoiada. Ela é meu maior apoio. Temos um grupo de mulheres onde também é muito fácil conversar e podemos falar abertamente", acrescentou.
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