MADRID 25 abr. (EUROPA PRESS) -
O Projeto Venturi adverte que a estabilização dos dados das listas de espera, publicada recentemente pelo Ministério da Saúde, não reflete uma melhora estrutural, mas se mantém "graças a um persistente gargalo nas primeiras consultas das especialidades e à crescente bolsa de pacientes que deixam o sistema sem terem sido operados".
"A boa notícia é que o crescimento está desacelerando. A má notícia é que isso está acontecendo na faixa histórica mais alta dos últimos 10 anos", disse o diretor do Projeto Venturi, Antonio Burgueño.
O Projeto indica que o número de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais atingiu um recorde histórico, ultrapassando os registros de 2022 e 2023. No entanto, eles apontam que o número de novas entradas na lista de espera também aumentou, o que impede uma redução no volume total de pacientes.
Eles dizem que a proporção entre os novos pacientes e os que saem para cirurgia é de 81%, ainda abaixo do nível pré-pandêmico de 83%. O que é ainda mais preocupante é que o número de pessoas que saem da lista de espera sem cirurgia também está no nível mais alto de todos os tempos: 522.000 pessoas em comparação com 287.000 no último ano pré-pandêmico.
"Essa bolsa funciona como um amortecedor para o número oficial, mas sem realmente resolver o problema subjacente. Esses são pacientes que não foram operados, eles simplesmente foram retirados da lista de espera cirúrgica, mas não necessariamente do sistema de saúde, seja por serem considerados temporariamente inoperáveis, por terem morrido ou por uma decisão voluntária", alertou Burgueño.
O projeto enfatiza que a espera por uma primeira consulta com um especialista é o indicador "mais preocupante" da pressão sobre o atendimento. No final de 2024, há 3,95 milhões de pacientes esperando por uma primeira consulta, 130.000 a mais do que em dezembro de 2023. O tempo médio de espera é de 106 dias, e um recorde de 62,3% está esperando há mais de dois meses, diz ele.
"Esse é o verdadeiro gargalo e o principal desafio que precisamos enfrentar: pacientes que nem sequer foram atendidos por um especialista. O número real pode ser maior, pois não estamos contando aqueles que estão esperando por consultas, aguardando a abertura de agendas", explica Burgueño.
O Projeto afirma que a capacidade de resposta do sistema aumentou, mas considera que não é suficiente para absorver a crescente demanda, impulsionada pelo envelhecimento da população e pelo aumento do número de pessoas com carteiras de saúde.
"É essencial que somemos absolutamente todos os recursos disponíveis e não poupemos esforços para resolver o problema, gerenciar a demanda por atendimento e continuar trabalhando para aumentar a capacidade de resposta do sistema, se quisermos evitar o colapso do nosso sistema de saúde pública. Essa é a demanda que nós, como sociedade, devemos ter", conclui o diretor do Projeto Venturi.
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