Publicado 19/11/2025 07:07

Profissionais de saúde e pacientes pedem ação contra o câncer de pulmão

Archivo - Arquivo - Paciente hospitalizado observando uma radiografia do pulmão.
TOMML/ISTOCK - Arquivo

MADRID 19 nov. (EUROPA PRESS) -

A Associação Espanhola de Pacientes com Câncer de Pulmão (AEACaP) e a Fundação MORE THAN IDEAS apresentaram nesta quarta-feira a declaração "Câncer de pulmão: uma prioridade social e de saúde", um documento que alerta para a urgência de adotar medidas para reduzir o impacto dessa doença.

A apresentação da declaração foi realizada em Madri, no âmbito do 10º Fórum / 1º Congresso sobre Câncer de Pulmão. Um total de 21 entidades - sociedades científicas e de saúde, associações de pacientes e organizações civis - aderiram a esse documento, que apresenta em dez pontos suas demandas e prioridades para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas afetadas por essa doença.

O câncer de pulmão é um dos tumores mais evitáveis, mas ainda afeta mais de 30.000 pessoas na Espanha todos os anos, das quais mais de 70% são diagnosticadas em estágios avançados da doença. As organizações destacam que as profundas repercussões físicas, emocionais e sociais que a doença tem sobre as pessoas afetadas motivaram a necessidade dessa declaração.

Assim, o vice-presidente da Associação Espanhola de Pacientes com Câncer de Pulmão (AEACaP), Leles Marín, e o cofundador e assistente social da Fundación MÁS QUE IDEAS, Diego Villalón, enfatizaram a necessidade dessa declaração e a importância de apresentá-la nessa reunião.

A prevenção e o diagnóstico precoce são dois dos pontos-chave desse manifesto. Nesse sentido, a presidente da Sociedade de Pneumologia e Cirurgia Torácica de Madri (Neumomadrid), Belén López-Muñiz, destacou que, para melhorar o prognóstico da doença, "são necessárias medidas urgentes e eficazes relacionadas ao consumo de tabaco, programas de triagem e detecção precoce, além de aumentar a conscientização social sobre os sintomas iniciais e melhorar a coordenação entre a atenção primária e os hospitais".

Por sua vez, o oncologista médico e membro do Conselho de Administração do Grupo Espanhol de Câncer de Pulmão (GECP), José Luis González, analisou por que a pesquisa e o acesso ao tratamento devem andar de mãos dadas. A esse respeito, González enfatizou que os avanços no diagnóstico e no tratamento nos últimos anos "foram muito importantes e sempre acompanhados de grandes benefícios para os pacientes".

"A única maneira de continuar nesse caminho é por meio de pesquisas clínicas rigorosas e para que essas conquistas cheguem rapidamente ao paciente, sem limitações geográficas, socioculturais ou de idade", enfatizou.

ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

A declaração destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar para lidar com os vários impactos sofridos pelas pessoas com câncer de pulmão. Nesse sentido, a enfermeira e membro da Sociedade Espanhola de Enfermagem Oncológica (SEEO), Montserrat Álvarez, indicou que os enfermeiros oncológicos são "especialistas no atendimento integral de pessoas com câncer de pulmão" e que esse papel "requer uma resposta constante às novas demandas da população".

Álvarez defendeu a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar como a maneira ideal de "melhorar os objetivos terapêuticos e a qualidade de vida das pessoas com essa doença".

A declaração também defende o trabalho das organizações de pacientes e da sociedade civil, que estão se tornando cada vez mais importantes e se consolidaram como espaços necessários de apoio mútuo para as pessoas que vivem com câncer de pulmão.

"As associações têm contato contínuo e próximo com os pacientes e cuidadores, o que é de grande ajuda e apoio em momentos de dificuldade", disse Marín, que afirmou "a importância de ter mais espaços para compartilhar nossas necessidades e ter uma mão amiga ao longo dos diferentes estágios da doença".

Por fim, Diego Villalón refletiu sobre a necessidade de promover a empatia e a compreensão social em relação às pessoas afetadas pelo câncer de pulmão, afirmando que "não há consciência suficiente do impacto que certas palavras ou atitudes do ambiente podem ter sobre os pacientes e suas famílias".

Nesse sentido, Villalón destacou que "esse é um dos pontos da declaração que mais se dirige à sociedade, pois há muita desinformação e estigma em torno do câncer de pulmão. A narrativa em torno dessa doença contribui para que muitos pacientes se sintam culpados e até escondam seu diagnóstico.

PRIMEIRO CONGRESSO DE CÂNCER DE PULMÃO

Ao final da apresentação, teve início o 10º Fórum de Câncer de Pulmão / 1º Congresso de Câncer de Pulmão, um espaço de diálogo para pacientes, familiares e profissionais, resultado da experiência adquirida nas nove edições anteriores.

O programa do Congresso enfoca os avanços e os desafios do câncer de pulmão, sob a perspectiva da oncologia médica e radioterápica, da cirurgia e da pneumologia, da enfermagem e da saúde mental, bem como do serviço social e do direito.

Especificamente, as sessões planejadas para esta quarta-feira são: "Oncologia médica e de radiação: o que conseguimos e o que falta", "Cirurgia e pneumologia: qual é o seu papel e o que ainda está por vir", "Enfermagem e psicologia: como priorizar o atendimento e a saúde mental" e "Direito e serviço social: como eles podem nos ajudar".

Também haverá oficinas práticas com foco em exercícios físicos e nutrição para pessoas com câncer de pulmão e estratégias de comunicação eficazes em consultas para estudantes e profissionais de saúde.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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