MADRID 9 maio (EUROPA PRESS) -
Pela primeira vez, cientistas descobriram evidências fósseis de uma espécie de árvore tropical ameaçada de extinção.
A descoberta sem precedentes foi feita em Brunei, um país na grande ilha de Bornéu, e revela um aspecto crucial da história antiga das florestas tropicais da Ásia, destacando a necessidade urgente de conservação na região, de acordo com os pesquisadores da Penn State que lideraram a descoberta.
A equipe de pesquisa publicou suas descobertas no American Journal of Botany.
Os fósseis, com pelo menos 2 milhões de anos, representam a primeira evidência direta de uma espécie de árvore tropical ameaçada de extinção no registro fóssil. O estudo, realizado em colaboração com a Universidade de Brunei e outros parceiros internacionais, identificou folhas fossilizadas de Dryobalanops rappa, conhecida localmente como Kapur Paya. Essa é uma árvore dipterocarpa imponente que ainda existe hoje, mas está ameaçada de extinção e é encontrada nas turfeiras ricas em carbono de Bornéu, incluindo Brunei.
PERSPECTIVA EXCEPCIONAL
"Essa descoberta oferece uma perspectiva excepcional sobre a história antiga das florestas tropicais da Ásia", disse Tengxiang Wang, estudante de doutorado da Escola de Ciências da Terra e Minerais da Universidade Estadual da Pensilvânia e principal autor do artigo, em um comunicado. "Agora temos evidências fósseis de que essa magnífica espécie de árvore dominou as florestas de Bornéu por milhões de anos, destacando sua importância ecológica e a necessidade de proteger seus habitats remanescentes.
Até agora, o registro fóssil das florestas tropicais da Ásia era surpreendentemente escasso em comparação com a Amazônia e a África, disse Peter Wilf, professor de geociências da Universidade Estadual da Pensilvânia e coautor.
A equipe identificou os fósseis analisando as características microscópicas das cutículas das folhas preservadas, o que revelou uma correspondência perfeita com o Dryobalanops rappa moderno, até o último detalhe celular.
"Nossas descobertas destacam que essas florestas não são apenas ricas em biodiversidade atualmente, mas também abrigam espécies de árvores icônicas há milhões de anos", concluiu Wang. Conservá-las não significa apenas proteger as espécies atuais, mas também preservar um legado de resiliência ecológica que perdura há milhões de anos.
Os dípterocarpos, a família de árvores dominante nas florestas tropicais da Ásia, são essenciais para o armazenamento de carbono e a biodiversidade. No entanto, de acordo com os pesquisadores, elas estão cada vez mais ameaçadas pelo desmatamento e pela destruição do habitat. Ao revelar as profundas raízes históricas dessas árvores, essa descoberta traz uma nova e importante perspectiva para os esforços de conservação.
"As descobertas trazem uma nova dimensão para a conservação; não estamos apenas protegendo as espécies modernas, mas também as sobreviventes antigas que têm sido componentes essenciais de seus ecossistemas exclusivos por milhões de anos", disse Wang.
"Essa perspectiva histórica torna as árvores ameaçadas de extinção e seus habitats ainda mais valiosos para a conservação. Nosso estudo também mostra como as evidências fósseis podem fortalecer as estratégias de conservação de espécies e ecossistemas ameaçados com base em sua importância histórica."
Compreender a história das florestas tropicais é essencial para sua conservação, especialmente porque muitas espécies importantes enfrentam um rápido declínio, concluiu Wilf.
"O grupo de paleobotânica da Penn State está fazendo descobertas fósseis empolgantes com nossos parceiros internacionais em vários países do sudeste asiático, lançando luz sobre a história pouco conhecida das florestas tropicais magníficas e gravemente ameaçadas da região", disse Wilf.
"Nossa descoberta de fósseis de espécies de árvores gigantes vivas e ameaçadas de extinção fornece uma base histórica vital para a conservação das principais árvores da Ásia tropical: os dipterocarpos que estão desaparecendo rapidamente."
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