Publicado 16/05/2025 12:14

A primavera chega aos Alpes quase uma semana antes do que há 25 anos

O crescimento das plantas nas montanhas avançou seis dias desde 1998
MICHAEL ZEHNDER/SLF

MADRID 16 maio (EUROPA PRESS) -

As plantas estão brotando do solo cada vez mais cedo após o desaparecimento da neve na cordilheira alpina. Isso está acontecendo agora, em média, seis dias antes do que há 25 anos.

Essa é a conclusão de um estudo publicado recentemente na revista Global Change Biology por Michael Zehnder, pesquisador do Institut für Schnee-und Lawinenforschung SLF, e seus colegas. O motivo dessa mudança é o aumento significativo das temperaturas.

"Em média, como resultado da mudança climática, a temperatura ambiente está quase dois graus Celsius mais quente após o desaparecimento da cobertura de neve do que há 25 anos", explica Zehnder em um comunicado. Esse rápido aquecimento acelerou o início do crescimento das plantas, encurtando o tempo entre o fim do derretimento da neve e o esverdeamento dos prados.

Isso tem implicações não apenas para o mundo das plantas, mas também para a economia e a sociedade, pois significa que a primavera nas montanhas, tão apreciada pelos caminhantes, está começando mais cedo. "A agricultura alpina também poderá começar mais cedo no futuro", diz Zehnder.

Além disso, a biodiversidade nos Alpes sofrerá alterações. Isso ocorre porque nem todas as plantas começam a crescer imediatamente após o degelo. Algumas seguem seu próprio relógio de crescimento e só brotam quando os dias são longos o suficiente após o degelo, enquanto outras precisam de calor acima de tudo, explica Zehnder.

O biólogo descobriu que em áreas próximas à linha das árvores, a cerca de 2.000 metros acima do nível do mar, a vegetação precisava de dias mais quentes para começar a crescer em anos com degelo precoce. Em altitudes mais elevadas, há também plantas alpinas que dependem da duração do dia e atrasam a germinação mesmo quando está quente o suficiente. Entretanto, o estudo mostra que as comunidades de plantas nessas altitudes exigem aproximadamente o mesmo número de dias quentes para começar a crescer, independentemente de quando a neve derrete.

Portanto, no futuro, é provável que as áreas montanhosas mais altas, em particular, fiquem verdes mais cedo do que no presente, à medida que a neve derrete mais cedo e as temperaturas aumentam. Isso também afetará a composição das comunidades vegetais. As espécies que respondem principalmente a dias quentes podem deslocar aquelas que dependem estritamente da duração do dia.

"A mudança climática está transformando os ecossistemas das montanhas", diz Zehnder.

Para o estudo, ele usou dados de 40 estações meteorológicas ou de medição do Sistema de Medição e Informação Inter-Cantonal (IMIS). Cada uma delas tem um sensor ultrassônico que mede a profundidade da neve ("altura da neve") no inverno. Na verdade, elas também fazem medições no verão, registrando assim o crescimento das plantas cada vez mais cedo no ano.

"Dessa forma, recebemos dados sem precisar estar no campo", explica Zehnder. Um modelo de computador, treinado com uma grande quantidade de dados usando aprendizado de máquina (ML), detecta se há neve sob o sensor ou se as plantas já estão crescendo. É assim que Zehnder identifica em que época da primavera a neve desaparece das montanhas e as plantas começam a crescer.

Zehnder analisou dados do período entre 1998 e 2023. Para registrar a vegetação nas estações, o biólogo também teve que ir até lá. Ele fez isso a pé, pois a maioria delas está localizada nas montanhas, a uma altitude entre 1.700 e 2.700 metros acima do nível do mar. Isso ocorre porque os pesquisadores não conseguem determinar, a partir dos dados da estação IMIS, quais plantas estão crescendo sob os sensores.

"No entanto, é importante entender como diferentes comunidades de plantas responderão de forma diferente a um degelo ainda mais precoce no futuro e quem se beneficiará e quem sofrerá", diz Zehnder.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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