MADRID, 2 nov. (EUROPA PRESS) -
A presidente eleita da Tanzânia, Samia Suhulu Hassan, finalmente se apresentou à população para receber a certificação de sua vitória esmagadora nas eleições presidenciais e condenou, em seu discurso triunfal, os protestos "grosseiros e antipatrióticos" contra sua vitória, sem abordar as acusações feitas por ONGs como a Anistia Internacional, que estimou em mais de cem o número de mortes causadas pela repressão das forças de segurança.
Em vez disso, a presidente argumentou que "no que diz respeito à proteção do país, não há alternativa a não ser empregar todas as táticas de segurança disponíveis para garantir sua segurança", de acordo com um discurso relatado pelo jornal tanzaniano 'The Citizen', enquanto o país recupera lentamente sua conexão com a Internet, suspensa nos últimos quatro dias.
No último sábado, a comissão eleitoral da Tanzânia anunciou que Hassan havia obtido 97,66% dos votos nas eleições de 29 de outubro, ou seja, o apoio de 31,9 milhões de pessoas, resultado que a ratificou em um cargo que assumiu provisoriamente em março de 2021 após a morte de seu antecessor, John Magufuli, e depois de ocupar a vice-presidência de 2010 a 2021.
"Um patriota constrói o país, ele não destrói o que foi construído com a energia e o suor dos cidadãos. O governo condena veementemente esses acontecimentos", acrescentou, antes de dar por encerrada a crise pós-eleitoral. "As eleições foram livres e justas. As eleições de 2025 terminaram. É hora de trabalharmos juntos como um só país", disse ele.
O principal partido de oposição da Tanzânia, Chadema, que diz que mais de 700 pessoas foram mortas na repressão das forças de segurança, condenou no sábado os resultados das eleições e disse que se recusaria a reconhecer Hassan como o presidente legítimo do país.
"O público não participou das eleições de 29 de outubro devido a um ambiente que não era nem livre nem justo, e à ausência de um campo de jogo político nivelado", disse o partido, antes de condenar os "números completamente manipulados" da comissão eleitoral, "que refletem apenas a intenção maliciosa de Samia Suluhu Hassan e seu partido de fraudar as eleições, o que eles conseguiram fazer".
Para o Chadema, os resultados "constituem um claro golpe contra a vontade do povo tanzaniano, a quem foi negado o direito democrático de eleger seu líder" e, portanto, "não reconhece Samia Suluhu Hassan como presidente da República Unida da Tanzânia, pois ela não foi eleita pelo povo", conclui a nota publicada pelo secretário-geral do partido, John Mnyika, em sua conta na rede X.
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