Publicado 11/03/2025 06:52

Presidente da SEE diz que recursos de saúde ainda são "insuficientes" cinco anos após a pandemia de Covid

Archivo - Arquivo - Fibromialgia, covid persistente. Mulher no consultório médico.
ECLIPSE_IMAGES/ ISTOCK - Archivo

MADRID 11 mar. (EUROPA PRESS) -

A presidente da Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE), Maria João Forjaz, disse em uma entrevista à Europa Press Infosalus que os recursos de saúde na Espanha ainda são "insuficientes" para lidar com uma pandemia como a Covid-19, que começou oficialmente há cinco anos nesta terça-feira.

"Os recursos de saúde são insuficientes. A atenção primária está enfraquecida. A pandemia mostrou que os cuidados de longo prazo são frágeis e que há poucos protocolos de vigilância em instalações para idosos e outros grupos vulneráveis. Os sistemas de vigilância precisam de mais e melhor equipe treinada", disse Forjaz.

Embora tenha reconhecido que o país está "mais bem preparado do que antes", quando parecia que havia um alto nível de preparação, mas os recursos diagnósticos, terapêuticos e materiais de saúde eram insuficientes, ele enfatizou que ainda há "muito a ser feito", tanto em termos de reforço dos recursos de saúde quanto do sistema regulatório atual.

"Faltaram os materiais para lidar com uma pandemia transmitida pelo ar. Não tínhamos os recursos e os meios para lidar com o atendimento de tantos pacientes. Algumas dessas deficiências ainda estão presentes", lembrou, lamentando que os sistemas de vigilância em saúde pública não tivessem a estrutura necessária, que mecanismos e soluções tivessem que ser improvisados, que os planos de contingência não fossem aplicados conforme planejado e que houvesse falta de profissionais para monitorar os casos.

Nesse sentido, ele insistiu que "os sistemas de vigilância estão subfinanciados para lidar com uma pandemia dessas dimensões", enfatizando que "sempre há um risco" de sofrer uma pandemia ou um alerta de saúde, lembrando os casos atuais de gripe aviária, sarampo, varíola ou dengue.

"Aprendemos muito, muito foi feito e muito ainda precisa ser feito. Não podemos parar de trabalhar para estarmos preparados para qualquer emergência de saúde", acrescentou Forjaz, enfatizando que o sistema deve estar preparado para emergências de longo prazo, como no caso da Covid-19, bem como para emergências de curto prazo, como a dana em Valência.

Embora ele tenha elogiado a implementação de teleconsultas médicas e assistência telefônica, ele enfatizou que é necessário melhorar sua acessibilidade para grupos como idosos ou migrantes, que têm mais dificuldades para acessar esses serviços.

Ele também ressaltou que, em nível regulatório, foram feitos "progressos consideráveis" para melhorar a vigilância epidemiológica, como a Declaração de Zaragoza sobre vigilância da saúde pública (2022), embora sua aplicação seja "lenta", assim como a aprovação de uma Agência Estadual de Saúde Pública.

Em relação a isso, ele disse que a Rede Estadual de Vigilância em Saúde Pública em 2024 é um "primeiro passo positivo" que "deve ser mais desenvolvido e ampliado". "As medidas que estão em andamento precisam ser mais desenvolvidas. Ainda temos muito a fazer em nível administrativo", acrescentou, apontando a necessidade de atualizar os planos de contingência em nível central e regional para uma melhor coordenação.

Essa rede também inclui a formação de um comitê de comunicação para lidar com os desafios que podem surgir em termos de boatos e desinformação no contexto de uma pandemia ou alerta de saúde.

MELHOR COORDENAÇÃO ENTRE OS GOVERNOS CENTRAL E REGIONAL

Forjaz advertiu que a governança da saúde continua sendo uma "questão pendente", lembrando as "contradições" na resposta das diferentes administrações, razão pela qual ele pediu uma melhoria nos mecanismos de tomada de decisão do Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde.

Da mesma forma, ele considerou que a estrutura legal existente na Espanha "é insuficiente" para lidar com uma crise de saúde da mesma magnitude, razão pela qual ele pediu a implementação do Plano de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde.

O "SUCESSO RETUMBANTE" DAS CAMPANHAS DE VACINAÇÃO

Outra lição positiva da pandemia foi a campanha de vacinação contra a Covid-19, que imunizou a grande maioria da população espanhola em "tempo recorde".

"Não podemos esquecer que a campanha de vacinação foi um sucesso retumbante, com 90% da população vacinada em tempo recorde. Foram disponibilizados muitos recursos e foi dada prioridade aos grupos de risco (...) A vacinação para esse tipo de doença é fundamental, pois observamos uma redução na mortalidade", disse ele.

Ele também enfatizou que ainda é importante que grupos de risco específicos, como idosos ou imunocomprometidos, continuem a injetar as orientações para evitar sintomas graves, embora também tenha apontado a necessidade de dar destaque a medidas preventivas, como lavar as mãos, usar máscaras ou espirrar e tossir cobrindo o cotovelo em vez das mãos.

Essa campanha também possibilitou o desenvolvimento de um sistema de informações sobre vacinação que permanecerá como um dos "ganhos" após a pandemia; o estudo ENE-COVID, coordenado pelo Instituto de Saúde Carlos III, do qual participaram todas as comunidades autônomas, possibilitou a obtenção de informações úteis para avaliar a pandemia.

O presidente do SEE lembrou a importância do EVALUACOVID, a avaliação publicada no final de 2023, que resumiu as lições aprendidas com essa crise de saúde, bem como o relatório publicado pela Sociedade Espanhola de Saúde Pública e Administração de Saúde (SESPAS) em 2022, que incluiu muitos aspectos da avaliação da pandemia, mas que "apesar de seu valor, não foram levados em consideração".

A COVID-19 "AINDA ESTÁ LÁ".

Embora a pandemia tenha sido superada, a Covid-19 "não deixa de estar presente", inclusive por meio da Covid-19 persistente, que ocorre quando os pacientes mantêm os sintomas por semanas ou meses após a infecção, impactando sua vida social e profissional por meio de fadiga, dores musculares e articulares ou tosse persistente.

Até 16% da população espanhola sofreu de Covid-19 persistente, e uma em cada cinco pessoas ainda apresentava sintomas cinco semanas após a infecção, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Nesse tipo de caso, Forjaz recomendou ir à atenção primária para buscar tratamento, enfatizando que muitos sintomas melhoram após seis meses, para os quais também é aconselhável ter um estilo de vida saudável, uma dieta saudável, atividade física, embora moderada, e não consumir álcool ou tabaco.

Por fim, ele pediu que não se esquecesse que os programas de saúde pública, como o rastreamento de câncer e o atendimento a outras doenças crônicas, foram suspensos, que sua recuperação significou um esforço "significativo" e que o impacto da pandemia na detecção precoce de cânceres evitáveis e não evitáveis ainda é desconhecido, bem como o estágio avançado previsível devido à interrupção dos programas de prevenção, encaminhamentos em caso de suspeita de diagnóstico e atraso no tratamento.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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