LIUDMILA CHERNETSKA/ISTOCK - Arquivo
O oncologista pede que ele esteja em todos os hospitais, pois permite prever o prognóstico e o risco de recorrência do tumor.
MADRID, 16 dez. (EUROPA PRESS) -
O oncologista, especialista em câncer colorretal e presidente da Real Academia Nacional de Medicina da Espanha (RANME), Eduardo Díaz-Rubio, pediu ao Ministério da Saúde que financie o teste para determinar o DNA tumoral circulante (ctDNA) em todos os hospitais, pois permite prever o prognóstico e o risco de recorrência do câncer colorretal.
"Em pessoas com câncer, e especialmente com câncer colorretal localizado, o ctDNA é uma proporção muito pequena do DNA livre, mas sua presença no sangue indica que a doença se espalhou e que o paciente certamente terá uma recaída", explicou Díaz-Rubio por ocasião de uma sessão científica realizada no RANME.
Dessa forma, o médico considerou esse exame "crucial" para saber que o tumor, mesmo que tenha sido removido, pode dar origem a metástases. Por outro lado, ele enfatizou que, se não houver ctDNA no sangue, o paciente será curado em uma taxa de cerca de 90%.
"Permite que os oncologistas decidam se um paciente, após a cirurgia, deve ou não receber quimioterapia, porque se o paciente já está curado, não precisa de mais, lembremos que a quimioterapia pode levar a efeitos colaterais e reduz a qualidade de vida, além dos efeitos psicológicos que ela acarreta; portanto, só usaremos quimioterapia nos casos em que a determinação do ctDNA for positiva, evitando assim o sobretratamento e o subtratamento", detalhou o presidente da RANME.
A determinação do ctDNA é realizada por meio de um exame de sangue que deve ser enviado a um laboratório de qualidade credenciado, o que implica um custo que o paciente deve assumir, pois atualmente não é coberto pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS). "Isso significa falta de equidade e grande variabilidade na prática clínica. A coisa lógica a fazer no câncer colorretal, dada a evidência científica existente e sua utilidade clínica, é que a determinação do DNA tumoral circulante seja incluída gratuitamente no portfólio de serviços de todos os hospitais espanhóis", enfatizou.
Como ele apontou, o DNA tumoral circulante deve ser determinado três semanas após a cirurgia, pois muito DNA livre pode ser liberado durante o procedimento cirúrgico. Além disso, depois disso e durante dois anos, as determinações devem ser feitas a cada três meses para garantir que tudo esteja correto.
Ele também insistiu na importância de repetir o teste a cada três meses para reduzir a taxa de erro, pois um dos problemas desse teste é a existência de falsos negativos e falsos positivos. "Mesmo com todas as limitações técnicas que podemos ter, a biópsia líquida é uma revolução e a determinação do ctDNA é o fator prognóstico mais importante que existe no câncer colorretal", concluiu.
O RANME lembrou que o câncer colorretal é o tumor mais comum diagnosticado na Espanha em ambos os sexos, com 44.573 novos casos no ano passado. Nos homens, é o tipo de câncer mais comum depois do câncer de próstata, com 27.224 novos casos e, entre as mulheres, é o segundo tumor mais comum depois do câncer de mama, com 17.349 casos.
Em termos de mortalidade, é o câncer mais mortal entre os homens, depois do câncer de pulmão, e entre as mulheres, é o terceiro tumor mais letal, depois do câncer de mama e de pulmão.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático