MADRID 4 mar. (EUROPA PRESS) -
Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo descobriram que o que antes se pensava ser uma espécie de alga única no Mar Báltico, a fucus vesiculosus, é na verdade um clone gigante da fucus vesiculosus comum, talvez o maior clone do mundo.
Nas águas salobras do Mar Báltico, o fucus vesiculosus é a espécie de alga dominante, pois é uma das poucas espécies de alga que tolera baixa salinidade. As algas formam grandes florestas desde a superfície até uma profundidade de 10 metros. Alevinos, caramujos e crustáceos se desenvolvem aqui, e as florestas de algas também oferecem um habitat importante para peixes maiores. Isso faz com que seja uma espécie interessante para os pesquisadores estudarem. O uso do mapeamento genético de espécies marinhas é uma maneira de entender como essas espécies devem ser gerenciadas.
"O Mar Báltico está entrando em um período de águas marinhas mais quentes e provavelmente ainda mais frescas. Nas novas condições, todas as espécies devem tentar se adaptar para sobreviver, inclusive o importante fucus vesiculosus", diz Kerstin Johannesson, professor de ecologia marinha da Universidade de Gotemburgo e um dos principais autores de um novo estudo publicado na revista Molecular Ecology.
Usando o sequenciamento de DNA, os pesquisadores descobriram que uma forma pequena e espessa de alga do Mar Báltico, que antes se pensava ser uma espécie separada (chamada fucus vesiculosus), é um clone da fucus vesiculosus. O clone formou novas populações dispersando fragmentos de uma planta fêmea original com as correntes de água e crescendo em novos indivíduos de fucus vesiculosus.
O clone se estende por mais de 500 km ao longo da costa do Mar de Bótnia, de Öregrund, em Uppland, até o sul de Ume*, e pode ser o maior clone de qualquer organismo do mundo.
MILHÕES DE INDIVÍDUOS EM UM CLONE
O Fucus vesiculosus tem plantas masculinas e femininas separadas que normalmente formam novos indivíduos após a fertilização sexual.
"Esse clone compreende milhões de indivíduos e, em algumas áreas, é completamente dominante, enquanto em outras cresce junto com indivíduos de fucus vesiculosus reproduzidos sexualmente. Encontramos alguns clones maiores no Mar Báltico, mas o clone feminino do Golfo de Bótnia, na Suécia, é de longe o maior clone, uma verdadeira superfêmea", diz Ricardo Pereyra, pesquisador do grupo que liderou as análises genéticas.
Os clones de algas marinhas enfrentam um futuro incerto à medida que o Mar Báltico é afetado pelas mudanças climáticas. Sem reprodução sexual constante, há poucas mudanças e adaptações genéticas no material genético das populações.
"Um clone carece quase completamente da variação genética que, de outra forma, significaria que há indivíduos em uma população que podem lidar com as mudanças e fazer com que a espécie sobreviva", diz Johannesson.
Durante o estudo, os pesquisadores da Universidade de Gotemburgo também identificaram uma nova espécie de alga marinha na costa da Estônia que, assim como o clone de alga marinha pequena, é pequena e espessa, mas tem machos e fêmeas e se reproduz apenas sexualmente.
Essa alga marinha está intimamente relacionada ao fucus vesiculosus, mas atualmente está reprodutivamente isolada dele na área.
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