O VP3.15 demonstrou eficácia antitumoral robusta contra um painel de células de glioblastoma.
MADRID, 6 jun. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe do Instituto de Salud Carlos III (ISCIII) publicou uma pesquisa sobre glioblastoma, um tipo de câncer que afeta o cérebro, focada em estudos de triagem de moléculas com a capacidade de se tornarem novos tratamentos; especificamente, seus resultados mostram que um inibidor com funções anti-inflamatórias e neuroprotetoras atualmente usado na esclerose múltipla poderia ser útil para o tratamento desse tipo de tumor.
A equipe do ISCIII, do Instituto de Pesquisa de Doenças Raras (IIER) e da Unidade Funcional de Doenças Crônicas (UFIEC), concentrou sua pesquisa na determinação do potencial terapêutico de duas proteínas inibidoras, conhecidas como GSK-3B e PDE7. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Neurotherapeutics.
O glioblastoma é um tipo raro e muito agressivo de câncer cerebral, que atualmente não tem cura, por isso há uma necessidade urgente de identificar possíveis tratamentos eficazes. Para isso, a pesquisa pode ser feita para identificar novas moléculas ou novas indicações para terapias existentes, um processo conhecido como reaproveitamento de medicamentos.
Em ambas as proteínas, a triagem de medicamentos foi realizada usando um modelo de glioma de um modelo animal invertebrado, a Drosophila melanogaster, também conhecida como mosca-das-frutas. Os pesquisadores então selecionaram uma molécula, chamada VP3.15, que atua como um inibidor duplo com funções anti-inflamatórias e neuroprotetoras na esclerose múltipla.
VP3.15 DIMINUI A PRODUÇÃO DE GAL9
Um dos principais autores desse estudo, Sergio Casas Tintó, explica que o VP3.15 demonstrou uma eficácia antitumoral robusta contra um painel de células de glioblastoma, tanto in vitro quanto em um modelo de camundongo in vivo, embora com algumas limitações que também foram confirmadas em células de Drosophila. Com base nisso, a análise dos tecidos tratados com VP3.15 revelou uma redução acentuada no número de células mieloides e no grau de vascularização.
Além disso, também foi demonstrado que a VP3.15 diminui a produção de GAL9, uma molécula essencial que estimula as células macrofágicas pró-angiogênicas, que promovem a criação de novos vasos sanguíneos, um processo que pode promover o desenvolvimento de tumores.
Pilar Sánchez Gómez, também pesquisadora principal do estudo, explica que essas descobertas corroboram a função pró-tumoral da GSK-3B e que foram obtidas novas evidências do potencial terapêutico da VP3.15, que atua inibindo o papel de suporte do microambiente tumoral.
Ele acrescenta que essa molécula poderia ser usada com segurança e eficácia, após a caracterização da proteína PTEN, em pacientes com glioblastoma. Os resultados desse trabalho confirmam a utilidade de gerar novos modelos combinados de células e animais, como modelos de Drosophila e murinos, para o estudo de tumores raros como o glioblastoma.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático