Publicado 11/12/2025 13:26

Pesquisadores e empresários destacam a importância de acelerar o fornecimento de medicamentos personalizados ao paciente

Pesquisadores e empresários destacam a importância de acelerar o fornecimento de medicamentos personalizados ao paciente
RED DE ENFERMEDADES INFLAMATORIAS

MADRID 11 dez. (EUROPA PRESS) -

Pesquisadores e empresários enfatizaram a importância de acelerar a chegada das inovações em medicina personalizada dos laboratórios aos pacientes, durante a conferência "Do laboratório ao paciente: o caminho complexo dos biomarcadores ao sistema de saúde", organizada pela Rede de Doenças Inflamatórias (RICORS-REI) no Hospital Clínico San Carlos em Madri, por ocasião de sua IV Assembleia Anual.

Os especialistas se concentraram nos biomarcadores, cuja pesquisa é "fundamental" para avançar em direção a um modelo focado precisamente na Medicina Personalizada e de Precisão e para ter um "impacto real" nas pessoas.

O coordenador do RICORS-REI, Dr. Luis Rodríguez Rodríguez, pediu a criação de "modelos de retorno" que permitam que o conhecimento adquirido em estudos clínicos chegue ao sistema de saúde e à sociedade "mais rapidamente".

Por sua vez, a chefe do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Ramón y Cajal, Dra. Luisa María Villar, relembrou a história do biomarcador sNfL, usado para avaliar o dano axonal na esclerose múltipla e que, apesar da "catarata de artigos" e da evidência de sua utilidade, as autoridades de saúde exigiram bibliografia prévia e diretrizes clínicas.

"Dado o curto período de tempo decorrido desde que o biomarcador foi descoberto, como poderia haver diretrizes clínicas?", apontou Villar, explicando que levá-lo à clínica na forma de um teste de diagnóstico in vitro "não foi fácil nem imediato".

Tudo isso foi conseguido depois de realizar um estudo multicêntrico e convencer os gestores de saúde de que sua determinação poderia levar a uma maior eficiência no uso dos recursos de saúde, contribuindo para tratamentos mais personalizados; na Comunidade de Madri já existem cerca de 3.000 pacientes monitorados com esse biomarcador, que foi incluído em seu catálogo de testes em 2024.

O Dr. Villar disse que os principais desafios para a incorporação de biomarcadores incluem autorizações regionais, o treinamento de profissionais e a nova regulamentação europeia sobre diagnósticos in vitro, que aumentou os requisitos para a obtenção da marcação CE.

PROMOÇÃO DE BIOMARCADORES NAS EMPRESAS

Por outro lado, o chefe de inovação do Instituto de Pesquisa Biomédica da Corunha (INIBIC) e empresário ligado a empresas como Nasasbiotech, M-Trap ou Nexotech, Dr. Alexandre de la Fuente, disse que a transferência de biomarcadores também pode ser promovida pelas empresas, considerando que muitas vezes são elas que levam essas ferramentas para a prática clínica.

"A maneira como os pesquisadores são avaliados é incompatível com a transferência", disse De la Fuente, afirmando que os pesquisadores fazem "ciência demais" e geram dados "sobre a mesma coisa" quando já poderiam tê-la levado ao mercado.

Ele continuou explicando que os pesquisadores são forçados a trabalhar e publicar em ciclos curtos que impedem a projeção de longo prazo, e que foi o sentimento de ser um "cientista frustrado" que o levou a abandonar a carreira acadêmica convencional em direção ao empreendedorismo, buscando um impacto direto em produtos reais.

O empresário defendeu, portanto, um modelo de co-desenvolvimento no qual clínicos, pesquisadores, empresas e pacientes sentam-se juntos desde o início para definir o produto final e "evitar desenvolvimentos brilhantes no laboratório, mas inviáveis na prática".

Um dos principais "gargalos" da inovação tem a ver com a transformação de uma ideia cientificamente sólida em um produto que atenda às exigências regulatórias, de financiamento e de mercado, pois essa é uma fase que exige validação, estudos de custo-benefício, propriedade industrial bem planejada e processos de fabricação em escala.

"Superar essa lacuna é crucial se quisermos que a inovação que geramos realmente chegue aos pacientes", disse De la Fuente.

O empresário Mario Grande expressou uma opinião semelhante, dizendo que o fato de uma ideia ser boa "não significa" que você saiba como transferi-la, vendê-la ou que ela tenha prioridade para aqueles que podem desenvolvê-la fora do laboratório.

"É necessária uma equipe multidisciplinar, com especialistas em ciência, economia, aspectos regulatórios... o pesquisador não é responsável por tudo, nem precisa ser sempre o protagonista", acrescentou.

Grande não acredita que os obstáculos à transferência estejam relacionados à falta de dinheiro para investimento ou à falta de boas ideias, mas sim à falta de capacidade de transmitir essas ideias da pesquisa para os negócios.

Santiago Cuenco, advogado e especialista em propriedade intelectual e industrial do Escritório de Transferência de Conhecimento (OTC) do Instituto de Pesquisa do Hospital Clínico San Carlos (IdISSC), disse que essa instituição está gerando invenções que despertam o interesse da indústria, como a patente europeia que identifica assinaturas de genes associados à resposta a tratamentos de imunoterapia ou o método in vitro para detectar certos tipos de câncer desenvolvido em conjunto com uma empresa especializada.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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