MADRID 3 nov. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe da Universitat Politècnica de València (UPV), pertencente ao Inter-University Institute of Molecular Recognition and Technological Development (IDM), liderou o desenvolvimento de nanopartículas capazes de se autopropelir (nanomotores) usando a glicose presente no ambiente tumoral como combustível e liberando medicamentos dentro dos tumores com muito mais eficácia.
O estudo, que foi testado em modelos animais e amostras de pacientes e publicado na revista 'ACS Nano', também envolveu o Instituto de Pesquisa em Saúde La Fe (IIS La Fe), a área de Bioengenharia, Biomateriais e Nanomedicina do CIBER (CIBER-BBN), a área de câncer do CIBER (CIBERONC) e o Instituto de Pesquisa em Saúde INCLIVA, em colaboração com o Centro de Pesquisa Príncipe Felipe (CIPF).
De acordo com Ramón Martínez Máñez, diretor do Instituto IDM da Politècnica de València e pesquisador principal do CIBER-BBN, em tumores sólidos, os medicamentos usados na quimioterapia mal penetram nas camadas internas, o que reduz sua eficácia e permite que algumas células cancerosas sobrevivam. Os nanomotores projetados pela equipe de pesquisa ajudam a superar esse obstáculo.
"Os resultados obtidos em organoides de câncer de mama derivados de pacientes mostram que essa tecnologia tem um enorme potencial para ser transferida para terapias personalizadas", acrescentam Iris Garrido e Juan Miguel Cejalvo, do Instituto de Pesquisa em Saúde INCLIVA.
A equipe demonstrou sua eficácia na destruição de células tumorais em culturas de células, esferoides, organoides derivados de pacientes e em um modelo animal de camundongo. Nesse último, o tratamento reduziu significativamente o tamanho do tumor e aumentou a quantidade de medicamento que chega ao centro do tumor.
"Os nanomotores não apenas usam a glicose para aumentar o movimento, mas, ao consumi-la, eles privam as células tumorais de energia. Além disso, os nanomotores projetados geram oxigênio, o que ajuda a reduzir a hipóxia, um problema comum que limita a eficácia de muitos tratamentos, e produzem espécies reativas de oxigênio, o que reforça os danos às células malignas", diz Paula Díez, do IIS La Fe.
"O aspecto mais inovador é o projeto do nanomotor, que utiliza uma nanopartícula de dois lados (sílica e platina) que usa a própria glicose do tumor como combustível para ativar o movimento. Além de conseguirmos que os nanomotores cheguem muito mais longe no tumor, eles também liberam o medicamento na hora e no lugar certos", acrescenta Alba García-Fernández, do CIBER-BBN.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático