Publicado 09/05/2025 08:45

Pesquisadores descobrem novos mecanismos de defesa em bactérias para terapias alternativas aos antibióticos

Laboratório.
SHUTTERSTOCK

MADRID 9 maio (EUROPA PRESS) -

Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu novos mecanismos de defesa em bactérias, conhecidos como integrons móveis, que agem contra bacteriófagos ou fagos, ou seja, vírus bacterianos que têm a capacidade de infectar e matar bactérias, e que atualmente estão sendo usados como uma terapia alternativa ao uso de antibióticos.

Os integrons são plataformas genéticas que permitem que as bactérias capturem e acumulem genes para várias funções, incluindo a resistência a antibióticos. O estudo publicado na "Science" vai além, descrevendo que esses integrons também carregam genes capazes de defender as bactérias contra terapias baseadas em antibióticos.

Esses genes, denominados "BRiCs", podem proteger as bactérias contra diferentes tipos de vírus e, em combinação com outros genes de resistência a antibióticos, proteger as bactérias contra fagos e antibióticos.

De acordo com José Antonio Escudero, pesquisador do Departamento de Saúde Animal e do Centro de Vigilância Sanitária Veterinária (Visavet) da Universidade Complutense de Madri (UCM), a descoberta amplia significativamente o conhecimento que existia até agora sobre como as bactérias adquirem e mantêm suas defesas, descrevendo um mecanismo evolutivo que é mais complexo do que se pensava anteriormente.

Para o trabalho, que foi desenvolvido ao longo de mais de dois anos, os pesquisadores realizaram análises de bioinformática e experimentos in vitro, explorando a função de mais de 120 genes bacterianos de função desconhecida alojados em integrons.

A função antifágica desses genes foi testada em diferentes modelos de bactérias contra diferentes tipos de fagos em condições controladas, confirmando sua função defensiva em importantes patógenos humanos, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.

CHAVE PARA O AUMENTO DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS

Quanto às repercussões da descoberta, os pesquisadores afirmaram que ela é fundamental em um momento em que a resistência aos antibióticos está aumentando. Se esses genes de defesa continuarem a se espalhar rapidamente, eles poderão tornar ineficaz a terapia com fagos, uma alternativa promissora aos antibióticos convencionais.

"Entender como essas defesas bacterianas se espalham nos ajudaria a antecipar e conter o surgimento de novas resistências em hospitais e outros ambientes clínicos", disse Escudero.

Para o futuro, a equipe pretende estudar a origem evolutiva e a epidemiologia desses sistemas defensivos na natureza. Eles também planejam caracterizar detalhadamente esses sistemas de defesa a fim de desenvolver estratégias para atenuar a disseminação e o efeito desses genes de resistência a fagos.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade Complutense de Madri (UCM), com a participação da Universidade de Valência, da Fundação Jiménez Díaz e da Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica).

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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